Uma reportagem do portal Metrópoles revelou que o deputado federal Mario Frias (PL-SP) tem utilizado recursos públicos para financiar um documentário sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O dinheiro, oriundo da Cota Parlamentar da Câmara, é destinado diretamente ao cineasta Doriel Francisco, responsável pela direção do filme. Contudo, nas notas fiscais, Mario Frias justifica esses repasses como "vídeos para divulgação da atividade parlamentar" e impressão de folders.
Os pagamentos foram realizados por meio de uma cota destinada a despesas "típicas do exercício do mandato". Em dois meses, foram efetuados cinco pagamentos, totalizando R$ 13.938 para a empresa de Doriel Francisco.
Por exemplo, em 20 de junho, Mario Frias pagou R$ 7.500 ao cineasta. As notas fiscais indicam que o valor foi destinado à produtora de filmes, mas mencionam um serviço diferente, como se fosse de gráfica, afirmando a impressão de 36.100 folders em 74 dias.
O deputado e o cineasta não se manifestaram sobre as acusações. O espaço permanece aberto.
O DOCUMENTÁRIO
O filme, intitulado "A Colisão dos Destinos", aborda a vida do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrevistando seus familiares e apoiadores políticos. Doriel Francisco afirmou nas redes sociais que "falar de Bolsonaro é falar de Deus, de pátria, de família e de liberdade" e considerou o documentário como "o trabalho mais incrível" de sua carreira.
Mario Frias é o responsável pelo argumento do filme, que consiste em uma explicação narrativa do roteiro. O deputado argumenta que o documentário busca romper com o "monopólio da cultura" pela esquerda.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou o trailer do filme no último sábado (13/7). A data de lançamento ainda não foi definida, mas, segundo Eduardo, será "em breve".
No trailer, depoimentos de filhos e irmãos de Bolsonaro narram o início de sua vida. Em um momento, os filhos mais velhos comentam sobre o atentado sofrido por Bolsonaro durante a campanha em Minas Gerais, em 2018. Também estão presentes comentários dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gil Diniz (PL-SP), além de falas de Mario Frias, ex-secretário de Cultura de Bolsonaro e idealizador do filme, junto com Eduardo.