Em entrevista, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Henrique Neves, comentou sobre a inclusão da minuta golpista no julgamento que pode resultar na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou que o documento encontrado pela Polícia Federal (PF), na casa do ex-auxiliar de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, é mais discutido na imprensa do que dentro do próprio tribunal.
“Há uma discussão muito grande sobre essa minuta mais na imprensa do que no processo. Nesses votos, verifica-se que a minuta foi citada aqui ou ali, mas não é exatamente o documento que está sendo analisado. Ela foi tangenciada”, declarou.
O ex-ministro da Corte Eleitoral ressaltou que, caso haja um conjunto suficiente de evidências que sustentem a decisão final do órgão, a anulação de uma delas não teria força significativa para interferir no resultado.
Segundo Neves, a anulação de um fato precisa ser fundamental para o desfecho do julgamento. Se a condenação estiver embasada em elementos documentais e depoimentos, e uma única fala for anulada, a decisão pode ser mantida com base nas demais provas. Nesse caso, a discussão em torno da questão da anulação seria irrelevante para a alteração do resultado.
Essa análise de Henrique Neves lança luz sobre a relevância e o impacto da minuta golpista no julgamento em curso. Enquanto a mídia tem dado ampla cobertura a essa questão, o ex-ministro do TSE indica que, considerando a força das demais provas apresentadas, a eventual anulação desse fato específico não teria um peso significativo na decisão final do tribunal.