Moraes determina que Telegram indique novo representante da empresa no país

Ministro deu prazo para que aplicativo apresente nome de quem vai atuar em nome da companhia.

Moraes determina que Telegram indique novo representante da empresa no país, sob risco de suspensão | Reprodução
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma determinação exigindo que o aplicativo de mensagens Telegram informe ao tribunal a identidade do novo representante legal da empresa no Brasil. O advogado que anteriormente prestava serviços à companhia deixou de atendê-la há duas semanas.

O prazo estabelecido pelo ministro para essa indicação é de 24 horas. Caso não seja cumprido, os serviços do Telegram no Brasil poderão ser suspensos inicialmente por 48 horas, e a empresa também poderá enfrentar uma multa diária de R$ 500 mil.

A determinação ocorreu no âmbito do inquérito aberto no tribunal que investiga os diretores e responsáveis do aplicativo e do Google por campanha "abusiva contra o projeto de Lei das Fake News".

"O TELEGRAM indicou Alan Campos Elias Thomaz como representante legal no Brasil, informando, ainda, que continuará 'construindo e reforçando nossa equipe brasileira', o que resultou, no período que se seguiu, na regular intimação da empresa para o cumprimento de diversas decisões judiciais desta Suprema Corte, incluindo o bloqueio de perfis que divulgam conteúdo ilícito e, inclusive, o pagamento de multa", afirmou Moraes.

O ministro relatou na decisão que o advogado Alan Campos Elias Thomaz, que anteriormente representava o Telegram no Brasil, foi ouvido pela Polícia Federal. Ele informou aos policiais que seu escritório não está mais prestando serviços jurídicos ao Telegram desde o dia 14 de maio.

"Não obstante, após a instauração deste inquérito, Alan Campos Elias Thomaz informou que 'o declarante, bem como o escritório Campos Thomaz e Meirelles Advogados, incluindo todos os seus sócios e advogados, não mais prestam assessoria jurídica ao TELEGRAM no Brasil, desde 14/05/23'. Efetivamente, o causídico apresentou diversas petições informando a renúncia dos poderes anteriormente conferidos a ele e não há notícia de que o TELEGRAM tenha indicado qualquer outro representante no Brasil", completou.

Moraes também afirmou que, em outros processos envolvendo a empresa no tribunal, o contato foi realizado por meio de um endereço de e-mail indicado pelo próprio aplicativo. Portanto, ele determinou que a intimação da decisão desta sexta-feira seja feita através do mesmo canal de comunicação. O inquérito que investiga os diretores e responsáveis pelo Telegram e Google foi iniciado em 12 de maio, a partir da decisão do ministro Moraes, com base em um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República.

Naquela ocasião, o ministro determinou à Polícia Federal um prazo de 60 dias para conduzir as investigações. Dentre as medidas a serem tomadas, os investigadores devem identificar e tomar depoimentos dos diretores e responsáveis pelas empresas, além de preservar e analisar as mensagens relacionadas ao Projeto de Lei das fake news.

O pedido da PGR foi feito após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acionar o órgão com uma notícia-crime alegando que as duas empresas estão realizando uma ação "contundente e abusiva" contra a aprovação do Projeto de Lei nº 2.630/2020.

Em 10 de maio, Moraes determinou ao Telegram a exclusão de uma mensagem enviada aos usuários contra o projeto. Já no início do mês, o Google foi obrigado pelo governo a marcar como publicidade um material que criticava o projeto.

À PGR, a Câmara afirmou que as empresas atuam para resguardar interesses econômicos e "têm lançado mão de toda sorte de artifícios em uma sórdida campanha de desinformação, manipulação e intimidação, aproveitando-se de sua posição hegemônica no mercado".

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