Após meses de desavenças públicas com o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil-PR) surpreendeu ao cumprimentá-lo calorosamente, com um abraço, durante a sabatina no Senado. O gesto, capturado em imagens, gerou polêmica e levantou especulações sobre uma possível reviravolta na postura de Moro em relação a Dino.
Para a oposição no Congresso Nacional, o abraço de Moro é interpretado como um sinal de apoio a Flávio Dino, indicando uma possível mudança de posicionamento do ex-juiz da Lava Jato. A votação no Senado para a aprovação do nome de Dino para o STF é secreta, e o gesto de Moro pode ter indicado uma disposição de votar a favor do indicado de Lula.
Críticos do atual ministro da Justiça de Lula veem o gesto como um mau presságio, sugerindo que Moro conseguiu angariar apoio inesperado. O episódio amplia a polarização e gera desconforto entre os eleitores conservadores que apoiaram Moro em momentos anteriores.
Oposição enfurecida
Em conversas reservadas, políticos de oposição classificaram o gesto de Moro como "cínico", "covarde" e sugeriram que o ex-ministro tem "rabo preso". Um senador crítico ao governo Lula, mas não vinculado ao partido de Bolsonaro, afirmou: "Moro não deveria ter abandonado a magistratura para integrar o governo Bolsonaro. Uma vez no governo, não deveria ter rompido com o então presidente. E, agora, erra ao sinalizar apoio a Dino e contrariar os seus próprios eleitores".
Minutos após a aprovação do nome de Dino pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Moro recebeu uma mensagem em seu celular alertando sobre a repercussão negativa nas redes sociais. O interlocutor aconselhou Moro a não declarar voto favorável a Dino em vídeo, para evitar consequências futuras. Moro respondeu afirmando que manterá seu voto em segredo.
O episódio intensifica as tensões políticas e deixa em aberto o posicionamento de Moro em relação ao governo Lula e seus indicados para o STF. A votação em plenário, que ocorreu com 47 votos a favor e 31 contra, revelou uma quantidade significativa de apoio a Flávio Dino, superando as expectativas dos governistas.
Durante a sabatina, Moro negou que o abraço a Dino representasse um voto favorável, justificando-o como um gesto de cordialidade. No entanto, as imagens geraram controvérsias, alimentando debates sobre as relações políticas e as possíveis alianças nos bastidores do cenário nacional.
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