O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) denunciou Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, por fraude em compra de blindados. A investigação apura a aquisição de 15 veículos da Combat Armor por R$ 13 milhões. A empresa recebeu pagamentos questionáveis, enquanto os veículos não atendiam aos padrões de segurança exigidos. Vasques está preso desde 2023 por outra investigação eleitoral. Ele é suspeito de interferir nas eleições de 2022 ao dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno.
ENVOLVIDOS EM FRAUDE - Além de Vasques, o MPF denunciou outras oito pessoas ligadas à PRF. Entre elas estão Marcelo de Ávila, Alexandre Carlos de Sousa e Silva, Wesley de Assis Leopoldo e Eduardo da Fonseca Martins. Todos são acusados de participação na fraude licitatória.
"Nenhum conseguiu passar em testes mínimos de segurança. Os resultados desses testes mostram que a Combat não tinha capacidade operacional e técnica para fazer esses 'caveirões' --eles são inservíveis", afirmou Eduardo Benones, procurador do MPF-RJ.
Os pagamentos suspeitos à Combat Armor levantam questões sobre a integridade dos contratos firmados com a PRF durante o governo Bolsonaro. A empresa, que encerrou suas atividades em 2023, teria falhado em cumprir prazos e entregue produtos abaixo dos padrões acordados.
VASQUES NEGA ENVOLVIMENTO - Apesar das investigações em curso, a defesa de Vasques afirma que ele não participou de falcatruas. Ainda assim, a prisão preventiva continua em vigor, enquanto a Justiça avalia os desdobramentos do caso.
Procurada pelo UOL, a defesa de Vasques afirmou que conhece o seu "estado de pobreza e, por isso, posso garantir que não participou de falcatruas. Já derrubamos as quebras irregulares dos sigilos levadas a cabo pela CPMI, bem como, obtivemos juízo de improcedência na ação de improbidade aforada no Rio de Janeiro. Neutralizaremos, decerto, essa denúncia criminal, eis que nada vence a inteligência e a verdade."
REVOGAÇÃO DE PRISÃO - Nesta quarta-feira (20), a advogada Karina Kufa, que representa Bolsonaro em processos, assumiu a defesa de Vasques. Ela voltou a pedir a revogação da prisão preventiva. Moraes já negou solicitações anteriores para revogar a prisão preventiva de Silvinei. Defesa também tentou transferência do Complexo Penitenciário da Papuda para o Núcleo de Custódia do Batalhão Militar do Distrito Federal, mas Justiça negou.
Com informações do UOL