O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste sábado (22), em Lisboa (Portugal) que nunca igualou Rússia e Ucrânia, mas declarou que "todos sabemos que a Rússia errou ao ter invadido a Ucrânia".
A visita de Lula a Portugal acontece em meio à repercussão negativa das declarações do brasileiro sobre a guerra na Ucrânia. Lula está em Lisboa em retomada da diplomacia com outros países. Durante entrevista à imprensa, ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, Lula fez declarações quanto ao seu posicionamento diante do conflito.
"Quando em 2002, meu primeiro mandato, eu fui aos EUA e o Bush pediu que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque. Eu respondi que minha guerra era contra a fome no Brasil. E conseguimos vencer a guerra. Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome em nosso país. Essa é minha guerra. E paralelamente tentar construir um jeito de fazer com que o mundo viva em paz, porque a guerra só destrói."
Na ocasião, negou que irá à Rússia ou à Ucrânia. "Eu não fui à Rússia e não vou à Ucrânia. Só vou quando houver possibilidade de, efetivamente, ter um clima de construção de paz. Nunca igualei os dois países porque eu sei o que é invasão, o que é integridade territorial. Todos sabemos que a Rússia errou e condenamos. Mas acho que é preciso agora parar a guerra e pra isso tem que ter alguém que converse. O Brasil está disposto a estabelecer essa ponte".
A postura do presidente brasileiro na política internacional tem despertado contrariedade nos Estados Unidos, principalmente após críticas feitas por Lula ao fornecimento de armas dos EUA à Ucrânia, durante uma viagem à China. Os Estados Unidos veem a Rússia como principal responsável pela guerra e, desde o início, comandam a imposição de sanções econômicas ao país de Putin.
Em vídeoconferência com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no início de março, Lula ressaltou que “o Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia” e que por isso votou favoravelmente a recente resolução da ONU. Citou ainda conversas com os lideres da França, Alemanha e EUA nesse sentido e sua disposição de conversar igualmente com a China, em sua visita a Pequim, e também com a Rússia.