Na operação realizada nesta quinta-feira (25) para investigar um possível monitoramento ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal apreendeu equipamentos da agência, incluindo seis celulares e quatro notebooks. Entre os itens apreendidos, um celular e um notebook eram propriedade da Abin. A informação foi revelada pelo O Globo.
Alexandre Ramagem, ex-chefe da inteligência entre 2019 e 2021, não possui mais vínculos com a Abin. Durante a busca na residência do parlamentar, foram encontrados 20 pen-drives e documentos relacionados à agência. Computadores do gabinete na Câmara dos Deputados, incluindo os de assessores, também foram recolhidos.
A Operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Operação Última Milha, investiga uma suposta organização criminosa na Abin, suspeita de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. A polícia aponta o uso do sistema israelense chamado First Mile, adquirido durante o governo de Michel Temer, mas utilizado ilegalmente na gestão de Bolsonaro.
Estima-se que até 10 mil celulares eram monitorados a cada 12 meses. A investigação sugere que ministros do STF, governadores, políticos e jornalistas possam ter sido alvo. Os agentes identificaram mais de 30 mil usos ilegais do software, além da atuação questionável de servidores da Abin. Dois deles, envolvidos em processo disciplinar, foram presos anteriormente.