O general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, está sob investigação por supostamente usar a estrutura do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami para apoiar articulações golpistas. Os registros obtidos pelo UOL mostram que o general levou um funcionário da Apex para participar de um acampamento no quartel-general do Exército contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final de 2022.
Em vídeos, é possível observar o general Cid circulando no acampamento ao lado de Michael Rinelli, diretor de investimentos da Apex Miami. Embora não seja audível o teor da conversa, os vídeos levantaram suspeitas sobre a participação do general no evento.
Registros de viagem indicam que o general Cid e Rinelli viajaram de Miami para Brasília entre 26 de novembro e 11 de dezembro de 2022, com um custo aproximado de R$ 9.300 para os cofres da agência. A viagem foi justificada como participação em um evento de confraternização da Apex, porém, evidências sugerem uma ligação com as discussões de um possível golpe militar.
As investigações da Polícia Federal indicam que o período da viagem do general Cid coincide com as discussões de uma minuta golpista pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) com a cúpula das Forças Armadas. A PF também investiga o general no caso da venda das joias recebidas por Bolsonaro durante seu mandato. Até o momento, o general não foi citado nas investigações sobre a articulação do plano de golpe.
DENÚNCIA: Além dos vídeos, um ex-funcionário demitido recentemente do escritório da Apex em Miami enviou uma carta à cúpula do órgão relatando que o general Cid utilizou a estrutura da agência para realizar articulações golpistas. Cristiano Laux, analista de inteligência de mercado no escritório de Miami durante a gestão do general, afirma que o general pediu ajuda aos funcionários para apagar registros que pudessem incriminá-lo.
Segundo Laux, Rinelli foi procurado pelo general em 2023 com um pedido para apagar os dados de seus aparelhos eletrônicos, o que poderia envolvê-lo em tratativas golpistas. O ex-funcionário também testemunhou a presença do general no escritório após sua demissão e relatou uma visita em que o general estava acompanhado de seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid.
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