A Polícia Federal (PF) expressa um balanço positivo da delação premiada acordada com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid. No entanto, os investigadores ressaltam que a manutenção do acordo dependerá do próximo depoimento do militar, agendado para segunda-feira (11). A condição imposta é que Cid responda a todas as perguntas feitas pelos delegados.
A PF avalia que é crucial que o ex-ajudante de ordens complemente seu relato abordando temas não previamente questionados, para garantir os benefícios da colaboração homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que assegura sua liberdade. Caso Cid opte por não responder a todas as indagações, seu acordo será revogado, e tudo que foi previamente declarado permanecerá válido como prova, inclusive contra ele mesmo e seus familiares.
O cerne das perguntas envolve a tentativa de golpe de Estado, alegadamente arquitetada por Bolsonaro, membros de seu governo e militares. Um dos pontos específicos que serão abordados na segunda-feira refere-se à reunião ministerial do ex-presidente com seus auxiliares, em 5 de julho de 2022, que evidenciou a "dinâmica golpista" do governo da época, tema ainda não mencionado por Mauro Cid.
PROMOÇÃO VETADA: A alta cúpula militar decidiu que Cid não será promovido a coronel do Exército, mantendo-o no posto de tenente-coronel. A possível promoção, prevista para março ou abril devido ao tempo de serviço, foi descartada devido às investigações em que Cid está envolvido, incluindo a apuração da PF sobre a tentativa de golpe de Estado.
A cúpula militar avaliou que a promoção acarretaria considerável desgaste, optando pelo aguardo de uma possível denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nas próximas semanas, o que automaticamente impediria a promoção, conforme reportagem de Gerson Camarotti no site g1.
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