PF usou registros do Alvorada e de celulares para confirmar delação de Cid

Mauro Cid afirmou que o ex-presidente fez ajustes na minuta, mantendo apenas a prisão de Moraes e a realização de novas eleições

Jair Bolsonaro e Mauro Cid | Reprodução
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A Polícia Federal (PF) utilizou registros de celulares e informações de entrada e saída do Palácio do Alvorada na investigação sobre uma minuta de decreto que visava a prisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além da convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro na disputa de 2022. As revelações constam de um documento da investigação obtido pelo blog.

A existência da minuta foi informada à PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em uma delação premiada homologada pelo STF. Registros da movimentação no Alvorada e dados de Estações Rádio Base (ERB) permitiram à PF corroborar o relato de Cid, fornecendo mais detalhes sobre os participantes das discussões e as formas como se comunicaram.

De acordo com as informações levantadas, a PF afirma que Bolsonaro tinha conhecimento da minuta, fez ajustes em seu conteúdo e a apresentou a militares também investigados por tentativa de golpe de Estado.

A cronologia apresentada pela PF indica que a minuta foi apresentada a Bolsonaro em 19 de novembro de 2022, sendo ajustada em 7 de dezembro, quando Bolsonaro aprovou as alterações. O ex-presidente enxugou pontos do decreto em 9 de dezembro e apresentou a militares, incluindo o general Theophilo Gaspar de Oliveira.

Prisão de ministros do STF

A minuta propunha a prisão de ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, e a convocação de novas eleições. Cid afirmou que Bolsonaro fez ajustes na minuta, mantendo apenas a prisão de Moraes e a realização de novas eleições.

A PF considera prioridade ouvir o general Freire Gomes, comandante do Exército na época, para confirmar a cronologia da minuta golpista.

As investigações também apontam registros de movimentação no Alvorada em 19 de novembro, 7 de dezembro e 9 de dezembro, com a presença de diversas pessoas envolvidas nas discussões sobre a minuta.

Defesa do ex-presidente

A defesa de Bolsonaro negou qualquer envolvimento com movimentos que visavam a desconstrução do Estado Democrático de Direito. Eles alegaram que Bolsonaro desconhecia o conteúdo das minutas e solicitou ao seu advogado que as encaminhasse para que pudesse tomar conhecimento.

A PF continua aprofundando as investigações para entender o alcance e os envolvidos na tentativa de golpe. O ex-presidente, por sua vez, criticou a medida que resultou na apreensão de seu passaporte, considerando-a "absolutamente desnecessária". A situação promete mais desenvolvimentos nos próximos dias, conforme a PF busca esclarecer os eventos em torno da minuta e das tentativas de interferência no processo democrático. Fique atento para mais atualizações sobre este importante desdobramento.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

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