Políticos e veículos de mídia conservadores estão investindo em campanhas antiaborto nas redes sociais, especialmente no Facebook e Instagram, às vésperas do Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a descriminalização da interrupção da gravidez. Anúncios pagos contendo a imagem da bandeira do Brasil com a frase "Brasil sem aborto" têm sido disseminados com frequência nos últimos dias.
De acordo com dados levantados pela Agência Pública, partidos políticos como o Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, políticos, influenciadores e grupos de mídia conservadores têm financiado anúncios contrários à descriminalização do aborto no Meta durante o mês de setembro. O montante desembolsado para esses anúncios ultrapassa os R$ 10 mil, sendo que foram visualizados mais de 2 milhões de vezes até o momento.
O deputado estadual Renato Antunes (PL-PE) liderou a veiculação de anúncios nesse período, investindo mais de R$ 3,8 mil para impulsionar postagens. Ele argumenta contra a pauta do STF, defendendo que o Congresso deve decidir sobre o tema e descreve a iniciativa do STF como uma agressão ao direito à vida. Outro grupo proeminente envolvido na promoção antiaborto é a Brasil Paralelo, uma empresa de mídia conservadora, que investiu pelo menos R$ 2 mil em anúncios promovendo seu curso online sobre aborto.
Em outro aspecto, o deputado federal Lucio Antonio Mosquini, do MDB de Rondônia, despendeu pelo menos R$ 1 mil para impulsionar um vídeo em que se opõe a "drogas, aborto e sexualização de crianças", criticando uma resolução do Conselho Nacional de Saúde. Políticos e grupos conservadores têm intensificado sua ação contra a descriminalização do aborto à medida que o julgamento no STF se aproxima, manifestando suas posições e mobilizando seus seguidores para pressionar no âmbito político.
Além dos políticos, o partido Republicanos também está engajado nessa causa, promovendo anúncios que defendem a vida desde a concepção e criticam a possibilidade de o STF legislar sobre o aborto. A mobilização no Congresso Nacional para barrar decisões favoráveis à descriminalização é uma das estratégias destacadas pelo partido. A ação coordenada de políticos e grupos conservadores reflete uma forte oposição à mudança na legislação sobre o aborto.