José Thomé (PSD), prefeito de Rio do Sul, causou alvoroço nas redes sociais após publicar um vídeo na quarta-feira (27), anunciando sua decisão de não permitir a realização de um evento LGBTQIA+ em um prédio da Fundação Cultural do município. O prefeito justificou sua posição, alegando ser uma questão de respeito aos princípios cristãos; as declarações foram vistas como homofóbicas por uma parcela do eleitorado.
Em suas declarações, Thomé classificou a homossexualidade como uma "escolha" e não como uma orientação sexual, associando-a a uma "prática". Ele reiterou sua posição enfatizando que, embora respeite as "escolhas individuais", não permitirá que o poder público promova ou apoie tal evento.
“Eu não posso permitir isso, enquanto prefeito da nossa cidade, repito que respeito a escolha, porém não admito que o poder público seja o incentivador desse tipo de prática. Por isso, em Rio do Sul isso não vai ocorrer. Em eventos prédios públicos, com certeza não. […] Respeito, sim. Apologia e incentivo, com certeza, vai na contramão daquilo que devemos defender enquanto cidade, família, religião e bons princípios”.
Nas redes sociais, o prefeito foi criticado.
"Valores cristãos? Troca de mulher como quem troca de roupa", disse um internauta.
Mesmo durante suas férias, o prefeito fez críticas à Fundação Catarinense de Cultura, por conta do financiamento ao evento LGBTQIA+. Em resposta, a Fundação esclareceu que o projeto foi selecionado através do Prêmio Catarinense de Cinema 2022, um edital previsto em lei, ressaltando que não influencia no resultado final.
O EVENTO
O evento em questão, o "V Transforma - Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina", estava em sua sexta edição e encerraria sua programação em Rio do Sul nos dias 27 e 28 de março. No entanto, após a declaração do prefeito, os organizadores optaram por suspender as atividades na cidade, citando preocupações com a segurança física da equipe e do público devido a ameaças percebidas online.
A programação do festival incluía a exibição de filmes premiados, rodas de conversa e oficinas de produção cultural LGBTQIAPN+. Os organizadores enfatizaram a seriedade das atividades, incluindo uma rigorosa classificação indicativa para garantir a participação apropriada do público-alvo.