Escolhido para comandar a Secretaria Especial de Ação Comunitária (Seac) do município do Rio, em outubro de 2023, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) deixou o cargo em fevereiro deste ano após surgirem as primeiras informações sobre o fato de Ronnie Lessa ter firmado acordo de delação premiada.
Até ontem, no entanto, quase dois meses depois de sua saída, pelo menos 15 pessoas nomeadas por ele continuavam na estrutura da Seac. Ao site GLOBO, a prefeitura informou que a exoneração do grupo, bem como do secretário Ricardo Martins David, conhecido como Ricardo Abraão, aliado do clã Brazão e que o substituiu, seria publicada no Diário Oficial desta terça-feira. Em seu lugar assumirá a subprefeita de Jacarepaguá Marli Peçanha, que já comandou a pasta.
Ricardo Abraão — sobrinho do contraventor Aniz Abraão David — não trocou os nomeados pelo antecessor. Apenas uma pessoa nomeada por Brazão foi exonerada. No relatório da Polícia Federal que serviu de base para as prisões, domingo, dos irmãos Brazão e do delegado e ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, o nome do secretário é citado como tendo feito parte de uma sociedade com os Brazão em um posto de gasolina.
Entre os nomeados por Brazão que seguiam na Seac até segunda-feira, três são ex-assessores dele ou do irmão, o deputado estadual Pedro Brazão (União Brasil). Outro que possui relação com o clã e continuava na pasta é Roberto Peçanha Fernandes, subsecretario de Ações Territoriais como mostra levantamento feito pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo).