O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou líderes do Congresso Nacional sobre possíveis riscos de lavagem de dinheiro decorrentes do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). As suspeitas estão sendo investigadas pela Receita Federal, após os custos do programa aumentarem significativamente no último ano. Empresas declararam gastos de R$ 17 bilhões, muito acima da estimativa inicial de R$ 4,4 bilhões.
Informações preliminares sugerem que o custo total do programa, incluindo possíveis fraudes, pode chegar a R$ 30 bilhões, conforme apontado pela área técnica do Palácio do Planalto. Haddad expressou em conversas privadas com líderes do Congresso e empresários a necessidade de encerrar o programa, devido ao risco de incentivar irregularidades.
A revogação do Perse foi proposta pelo governo em uma medida provisória que trata da reoneração gradual da folha de pagamento para 17 setores e prefeituras, enfrentando resistência no Congresso.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, líderes da Câmara dos Deputados destacaram a importância de evidências concretas das irregularidades apontadas pela Fazenda. Parlamentares também exigiram mais esclarecimentos sobre a renúncia fiscal decorrente do programa. O deputado Felipe Carreras, autor do projeto que deu origem ao Perse, solicitou à Fazenda detalhes adicionais sobre a renúncia tributária, incluindo uma análise mais precisa por códigos da CNAE.
Segundo informações do Portal Poder 360, o ministro da Fazenda deve receber nesta quarta-feira (7), o deputado Felipe Carreras, às 14h, para tratar sobre o Programa. No mesmo dia, às 15h, no plenário 2 da Câmara, haverá um ato com representantes de empresas do setor.
Na segunda-feira (5), durante a abertura do Ano Legislativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou do governo a manutenção dos acordos feitos em 2023, que, segundo ele, estariam sendo descumpridos em 2024. Ele ressaltou que a aprovação de propostas do Executivo dependerá do compromisso com a palavra empenhada e exemplificou que a desoneração e o Perse não podem retroceder sem um diálogo amplo com o Parlamento.