PSOL pediu a cassação de Zucco e Salles após censura contra Sâmia Bomfim

Durante CPI do MST, a deputada federal teve seu microfone silenciado e foi humilhada pelos deputados.

Deputada federal de São Paulo, Sâmia Bomfim | Reprodução - Foto: Divulgação
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O Partido Socialismo Liberdade (PSOL) recentemente realizou um protocolo por meio de representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em que o mesmo pede que haja a cassação dos mandatos dos deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS).

Ambos devem ser cassados por quebra de princípios e normas de conduta que orientam seu comportamento como parlamentar no exercício de seu mandato. Na ação ao conselho, o PSOL alega que Zucco e Salles, que ocupam os cargos de presidente e relator da Comissão, respectivamente, acabaram agindo com atos e falas de origens "misóginas e machistas" para com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Durante a última sessão da CPI do MST, realizada na quarta-feira (12), o presidente da Comissão Zucco acusou a deputada de não ter dado espaço de fala para outros deputados, ameaçando por fim à sessão. Além disso, durante a reunião o parlamentar também ordenou que Sâmia permanecesse "calada" e para "respeitar os demais deputados". Já o relator Ricardo Salles, acusou a deputada de se "vitimizar" e pediu aos colegas deputados que fizessem uma exposição escrita conjunta contra Sâmia.

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Essa não é a primeira vez que a deputada federal Sâmia Bomfim sofre com atos machistas e preconceituosos. No fim do mês de abril, a parlamentar foi alvo de censura e humilhação, ao ter seu microfone mutado mais de três vezes durante uma sessão, envolvendo os nomes de Zucco e Salles. A alguns meses o presidente Zucco foi investigado a mando do ministro Alexandre de Moraes por conta dos “atos antidemocráticos”, pela suspeita de patrocínio e incentivo a atos de 08 de janeiro em oposição ao resultado das eleições de 2022.

O parlamentar também possui alguns inquéritos na justiça registrados pela deputada Sâmia, em razão de seus atos misóginos. De acordo com o PSOL, na última sessão, além do presidente ter adotado uma postura "machista" ao se dirigir à Sâmia, o mesmo teria aberto espaço para que o deputado General Girão (PL-CE) fizesse ainda algumas declarações "misóginas e absurdas", sem que Zucco o repreendesse. O general, por exemplo, chegou a dizer que “respeita as mulheres” porque elas são “responsáveis pela procriação e harmonia da família".

Após o anúncio vir a público, em nota, Zucco se pronunciou acusando o partido de "judicializar o trabalho legislativo na tentativa de impor uma narrativa mentirosa de perseguição a parlamentares da sigla". E ainda defende que Sâmia Bomfim "extrapolou os limites da civilidade e do respeito com seus pares". O relator Salles em concordância com o colega, alegou que as deputadas mulheres do partido socialista "agridem" os colegas de trabalho e tentam posar de "vítimas".

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