A ligação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sempre foi uma de extrema confiança, porém, a mesma afirmação não poderia ser dita sobre a relação de Cid com Michelle Bolsonaro (PL). Essa relação problemática atingiu seu ponto mais crítico. Nos bastidores, Michelle responsabiliza Cid pelo tumulto das joias e pela maior parte das dificuldades enfrentadas pela família em relação à Polícia Federal (PF).
Os contatos diretos entre o então ajudante de ordens e a ex-primeira-dama eram raros, e as comunicações ocorriam principalmente através da equipe de Michelle, conforme indicam as mensagens do militar obtidas pela PF. Além disso, a atmosfera entre as equipes de Michelle e Bolsonaro era tensa, segundo informações de ex-membros do governo anterior.
Ex-ministros de Bolsonaro revelaram que Michelle sempre deixou claro seu desagrado por Cid e nunca se dirigiu a ele. Questionados sobre a razão, três ex-integrantes do governo anterior mencionaram que ela possui um "temperamento difícil" e é alguém "reservada".
Antes de ser detido, Cid também reconheceu que sua interação com "dona Michelle" era limitada e admitiu que a relação era "complicada". Ele afirmou que não estava envolvido em várias tarefas relacionadas à mudança do casal do Palácio da Alvorada, já que essa responsabilidade estava sob o controle da ex-primeira-dama, que não buscava sua colaboração.
Apesar da aversão de Michelle por Cid, isso não o impediu de estar envolvido em aspectos cotidianos, como o pagamento de suas despesas. Mensagens obtidas pela PF indicam que o ex-ajudante de ordens auxiliava e orientava os pagamentos das contas da ex-primeira-dama, incluindo pagamentos em dinheiro vivo.
Defesa de Cid
Durante uma entrevista à Globo News, nesta sexta-feira (18), o advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa de Cid, confirmou que o ex-funcionário de ordens atuava em prol de Michelle.
"Cid fazia compras para a primeira-dama. Parece que tinha uma conta dela que o Cid fazia pagamentos", disse Bitencourt. Ele também observou que havia um certo abuso na forma como o militar era solicitado para tarefas que não eram de sua alçada.
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