Diante do impasse na CPI da Braskem no Senado, lideranças do MDB vinculadas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) buscam uma alternativa para investigar contratos da empresa com a prefeitura de Maceió. A pressão agora se volta para a instalação de um colegiado na Câmara de Vereadores da cidade. Contudo, a maioria da bancada municipal do MDB apoia o prefeito João Henrique Caldas (PL), aliado de Arthur Lira, e se posiciona contra a criação da comissão.
O movimento reflete a rivalidade persistente entre Renan e o presidente da Câmara, que apoia o atual prefeito nas eleições deste ano.
Com apenas sete assinaturas, o pedido para criar a comissão que investigaria contratos da Braskem com a prefeitura não obteve o apoio de cinco dos oito vereadores do MDB. A bancada do partido é a maior no Legislativo municipal, com 25 parlamentares, e pelo menos nove assinaturas são necessárias para instaurar o colegiado.
Insatisfeitos com a posição de seus correligionários, a ala de Renan Calheiros anunciou a perda de espaço do grupo divergente na executiva local do MDB. O presidente municipal da sigla, deputado federal Rafael Brito, afirmou que os vereadores que não cumpriram a decisão da executiva têm suas atividades partidárias suspensas.
Rafael Brito acusa o prefeito JHC de usar recursos de emendas parlamentares e nomeações para atrair membros do MDB para sua base. A movimentação é interpretada como parte da rivalidade entre Renan Calheiros e JHC, que devem ser concorrentes nas eleições de outubro.
Acordo firmado
Os opositores de JHC na Câmara Municipal afirmam que houve um acordo entre integrantes da base, apoiado por aliados do prefeito, para não assinar o pedido de criação da comissão especial. O vereador Galba Neto (MDB), presidente da Casa, e outros membros do partido indicaram cargos na gestão municipal, o que gerou críticas de adversários.
A vereadora Teca Nelma (PSD), autora do requerimento para a comissão especial, busca uma atuação coordenada com a CPI da Braskem no Senado, caso o colegiado seja instalado.
O prefeito JHC argumenta que a discussão sobre a comissão especial é motivada por interesses eleitorais e que a questão foi levantada apenas agora, em ano eleitoral. A disputa em Maceió ganhou dimensão nacional, refletindo a busca de Renan Calheiros por reduzir a influência de Arthur Lira em Alagoas.
As divergências históricas entre as famílias políticas ganharam destaque no ano passado e agora devem se intensificar na disputa por prefeituras no estado, fazendo parte da estratégia para a campanha ao Senado em 2026, almejada por ambos os líderes políticos.
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