A entrada do PP e do Republicanos na Esplanada dos Ministérios é encarada com ressalvas por setores mais à esquerda, pois tem como objetivo principal possibilitar ao governo uma base sólida na Câmara dos Deputados para a aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs), popularmente conhecidas como "PECs".
No entanto, a adesão de políticos dos dois partidos é vista, de maneira geral, como necessária para a estabilidade do governo e a construção de uma maioria confortável para aprovar medidas consideradas importantes para o desenvolvimento do país.
Para aprovar uma Pec, por exemplo, é preciso construir um quórum favorável de três quintos na Câmara, ou seja, 308 votos. Atualmente, o governo não tem apoio suficiente para isso. Com a adesão do PP e do Republicanos, o número de deputados pertencentes a partidos da base governista alcançará 374. Contudo, é importante ressaltar que os partidos podem ter dissidências, independente da quantidade de cargos ocupados por eles.
A base sólida do governo, que reúne partidos como PT, PDT, PSB e PSOL, tem cerca de 130 deputados. As lideranças calculam que PSD e MDB entregam, nos piores cenários, 35 votos, em média. O União Brasil 30 votos.
PP e Republicanos, tentam respectivamente emplacar André Fufuca (MA) e Silvio Costa Filho (PE) em ministérios. Para isso, serão necessárias as saídas de alguns dos atuais chefes de pastas do govenro Lula. Confira algumas das possíveis baixas e os nomes que estariam garantidos nos postos.
Ministérios como o do Esporte, da ex-atleta Ana Moser, Desenvolvimento Social, do senador piauiense licenciado Wellington Dias, Saúde, da médica Nísia Trindade e Fabiano Silva dos Santos, dos Correios, estariam garantidos. Seja por influência política, ou apelo popular, estes serão mantidos.
Para o PP e Republicanos, no entanto, outros espaços devem ser abertos nos próximos dias. O Ministérios das Mulheres, de Aparecida Gonçalves; Ciência, Tecnologia e Inovação, de Luciana Santos; Indústria, Comércio e Serviços, do vice-presidente Alckmin; e o Ministério de Portos e Aeroportos, de Márcio França. Outro Ministério de indicação ou nome do PT também pode ser trocado.