A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) - ao ter acesso à informação de que despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram pagas com verba derivada de uma empresa ligada ao governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) - disparou: “Santa do pau oco”, ao se referir à Michelle. A afirmação da deputada se baseou nos dados divulgados da operação realizada pela Polícia Federal (PF).
"Empresas financiavam Michelle Bolsonaro, a santa do pau oco. O nome disso é corrupção", disse Gleisi. "Ainda vamos ver mais dinheiros ilegais para os Bolsonaro", acrescentou.
Segundo apuração, a empresa Cedro de Líbano Comércio de Madeiras e Materiais de Construção, sediada em Goiânia e contratada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), é identificada como a origem de uma série de transferências financeiras feitas. Esses passes eram destinados a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República.
O militar fez saques em dinheiro vivo e pagou contas de um cartão de crédito utilizado por Michelle. Essa ação ocorreu em ao menos três ocasiões, de acordo com a PF. Além disso, o aliado também fez ao menos 12 depósitos, em dinheiro, em conta de uma tia da atual presidente do Partido Liberal (PL) Mulher.
"Era tão errado o que faziam, que o tenente-coronel Mauro Cid temia que se parecesse com rachadinha", declarou Hoffmann, aludindo-se a um áudio em que o auxiliar de ordens de Bolsonaro alerta uma assessora de Michelle para esse risco.
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"A PF puxou o fio da meada e está desnudando a família. Cid é um arquivo enorme e o dinheiro envolvido é maior do que rachadinha", afirma a presidente do PT. "Ainda vamos ver muito caroço debaixo desse angu, como diz o ditado".
A deputada confia que além da PF, o Parlamento também deve investigar o caso. "Pode ser na CPMI do golpe ou propor uma comissão específica para esse caso. Aí não sei se o Congresso aprova", avalia.
Questionada sobre a possível ligação entre a investigação e o esquema golpista, Hoffmann observou: "Mauro Cid podia estar passando dinheiro para algumas atividades golpistas, mas é uma suposição. Teria que investigar".
Defesa adverte
Os advogados de Jair Bolsonaro e de Michelle negaram que os recursos da Codevasf pagaram as contas da ex-primeira-dama e contestaram a alegação de que as transações teriam ocorrido de forma ilícita. "A dona Michelle não conhece esse ajudante de ordens e desconhece que ele tenha feito pagamentos para ela", afirmou Fábio Wajngarten, advogado que chefiou a Secretaria de Comunicação na gestão Bolsonaro.