O Supremo Tribunal Federal (STF) vai incluir no inquérito que apura a responsabilidade de autoridades nos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro imagens feitas pela própria Corte que mostram o recuo de policiais militares do Distrito Federal diante de bolsonaristas radicais, o que facilitou o acesso dos vândalos ao prédio do tribunal.
Nesse inquérito, o Supremo apura se houve omissão de autoridades, como do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF coronel Fábio Vieira. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.
As imagens foram feitas por drones, câmeras instaladas no prédio e do circuito interno, além das acopladas nos uniformes dos policiais judiciais. As gravações são do dia 8 de janeiro, quando as três sedes dos Poderes em Brasília foram vandalizadas, e foram divulgadas pelo STF à imprensa nesta quarta-feira (25).
As gravações, que somam mais de dez horas, já foram enviadas para a Polícia Federal, para a Corregedoria da Polícia Militar do DF e também para o interventor federal na segurança do DF, Ricardo Capelli.
Em uma postagem na rede social, Capelli cobrou a apuração dos fatos. “A Corregedoria da Polícia Militar abrirá hoje o 6° Inquérito Policial Militar para apurar os fatos expostos pelas imagens das câmeras do STF. As imagens sugerem falhas graves no planejamento e na execução. Tudo será apurado. Vamos separar o joio do trigo. A lei será cumprida”, escreveu.
O g1 perguntou à PMDF o motivo do recuo, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem. Também foi divulgado vídeo que mostra policiais militares chegando ao STF e demorando a formar um cordão de proteção ao prédio.