O coordenador do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, delegado Francisco Costa, o Baretta, concedeu uma entrevista ao repórter Kilson Dione, da Rede Meio Norte, onde falou sobre as investigações do caso envolvendo a morte dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, de 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16.
De acordo com o delegado, nos próximos dias o DHPP vai dar a resposta que a família e a sociedade merecem. “Nós estamos dentro de um duplo homicídio, portanto eu posso garantir para a sociedade que independentemente de perfil das vítimas eles não poderiam ser mortos, ninguém está autorizado a tirar a vida de ninguém, quanto mais praticar crimes hediondos principalmente no nosso estado, a Polícia Civil, o DHPP não admite isso, nem a sociedade aceita esse tipo de comportamento criminoso. Portanto eu quero aqui nesse exato momento dizer para a população piauiense que conhece o meu trabalho que nós estamos buscando a resposta, o inquérito está encaminhado e nos próximos dias nós teremos a resposta que a sociedade e a família merecem”, declarou.
Segundo Baretta, todos os indivíduos que participaram desse crime estão sendo devidamente identificados e sua conduta particularizada. “Eu verifiquei tudo que tem nos autos do inquérito policial e estou aqui dando a minha palavra que nos próximos dias nós temos todo o arcabouço indiciário materializado no ventre do inquérito policial e cada um dos indivíduos que participaram desse crime devidamente identificados e particularizados a sua conduta, independente de quem seja, do jeito que eu trato a Mariazinha da Vila da Paz eu trato o doutor do Jóquei Clube. A nossa Polícia Civil sempre deu esse exemplo de, independentemente de cor, religião, condição social ou econômica, para mim isso não interessa, criminoso é criminoso, é tratado de acordo com a lei”, afirmou.
O tio do empresário, João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, um advogado identificado como Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, compareceu voluntariamente no Departamento de Homicídios e confessou toda a sua participação no crime. Ao ser questionado sobre o motivo de ele não ter ficado preso, Baretta esclareceu:
“Existia um mandado de prisão temporária para o João Paulo, para os demais não tinha nenhum mandado de prisão e a nossa constituição é bem clara quando ela fala que a pessoa só pode ser presa em flagrante delito ou por ordem judicial devidamente fundamentada. Então eles vieram à delegacia devidamente notificados mesmo que verbalmente pela autoridade policial, foram interrogados na forma da lei, declinaram o que eles queriam declinar porque o delegado já tinha um arcabouço de indícios contra eles, mas não podia prender eles naquele momento porque não tinha nenhum flagrante. O crime de homicídio é um crime instantâneo, é um crime material, não é um crime permanente então a gente tem que obedecer a lei, mas isso não isenta de maneira nenhuma deles responderem na forma da lei”, disse.
“A sociedade fica anestesiada com tanta impunidade, não só por parte da polícia porque a polícia faz o trabalho dela, mas nós precisamos que o Ministério Público, o poder judiciário, os três eixos do sistema criminal trabalhem em conjunto. Eu posso garantir que as pessoas serão identificadas e levadas as barras da justiça, quando você me pergunta se serão presas, eu lhe respondo com um ditado popular: “Quem quer pegar galinha não diz xô!”.