A Rede Meio Norte conversou na noite desta segunda-feira (14), com Dayana Gomes, mãe da pequena Débora Vitória Gomes Soares Batista, de 6 anos, que morreu após ter sido baleada durante um assalto no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina. Ela já prestou depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) sobre o caso e reafirmou que um policial foi o responsável pelos disparos que vitimaram a criança.
A reportagem apurou que ele já foi intimado e prestou depoimento na tarde de hoje no DHPP. Ainda bastante abalada, Dayane disse que o policial teria atirado primeiro e sua reação equivocada ao assalto teria causado a morte de sua filha.
“O policial (atirou primeiro). Eu não estou defendendo o bandido porque ele também é errado. Porque ele atirou em mim também. O tiro na minha perna foi ele que atirou. Mas se ele não tivesse reagido, acho que não teria acontecido tudo isso. Minha filha estaria hoje aqui comigo. Mas ele reagiu de forma errada. Porque ele não pensou em nenhum momento. Eu estava na frente com a minha filha e ele não pensou. Eu estava tão preocupada com a minha filha que não senti. Minha filha ligou para a minha irmã, minha irmã veio e o vizinho da frente estava com um carro dele na porta e me levou para o HUT”, disse.
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o ‘Baretta’, explicou que um exame de comparação microbalística irá apontar qual arma foi responsável por atingir a criança.
A mãe relatou com detalhes o momento em que o bandido a aborda e anuncia o assalto. Depois que o policial reage, ela corre para dentro da casa e percebe que Débora Vitória foi atingida. Dayane desabafa e diz que não deseja essa dor para ninguém.
“Eu não desejo essa dor para ninguém. Não desejo ela. Eu estava descendo a minha moto para ir para casa da tia delas. Como a gente fazia todos os dias. Na hora que eu desci, ela subiu. Eu estava com a moto ainda de frente para a casa. A outra (filha) de oito anos entrou, para tomar remédio. Eu estava com o celular na mão, ia colocar na cintura. Quando o bandido falou ‘passa o celular’. Eu só fiz virar e entreguei o celular. Eu só escutei ele (bandido) dizendo: ‘Não atira. Tu vai atirar?’. Quando o outro já veio atirando. Eu não olhei, só senti o impacto e minha filha caiu assim. Eu saí correndo e eles começaram a atirar. Muitos tiros entre eles dois. Eu saí correndo aqui para dentro de casa com ela no colo e só senti o sangue escorrendo nas minhas mãos”, destaca.
A mãe afirmou que após os dois trocarem tiros, o policial ainda foi até o interior da sua casa.
“Ele ainda entrou aqui e eu comecei a xingar ele porque eu vi que a bala saiu da arma dele. Eu disse que ele tinha matado a minha filha e ele saiu correndo de volta. Eu estava desesperada. Eu já chorei tanto. Eu estou sem forças, estou destruída. Tiraram um pedaço de mim tão grande que não tenho mais lágrimas. Uma dor inexplicável. Todas as meninas eram apaixonadas por ela”, finaliza.