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A princípio, o raciocínio até fazia sentido: por que não fazer exames periódicos em toda a população, de modo a encontrar os casos assintomáticos ou logo antes de os primeiros sinais da doença aparecerem?
A lógica, porém, esbarra em questões práticas. Fazer programas de testagem amplos sem nenhum critério é algo difícil de se manter no longo prazo, por falta de equipamentos e recursos humanos, e pode levar ao desperdício de insumos valiosos.
É por isso que muitos especialistas defendem o uso desses exames de forma otimizada, com o objetivo de reduzir a transmissão do coronavírus na comunidade — foi essa a estratégia adotada por países como Austrália e Nova Zelândia, que alcançaram os ótimos resultados na condução da pandemia.
"Vamos supor que um paciente com sintomas faz o teste e ele dá positivo. O próximo passo seria ir atrás das pessoas com quem ele teve contato nos últimos dias, para que elas também sejam avaliadas", exemplifica Granato.
"Daí aqueles indivíduos que estiverem infectados, mesmo sem sintomas, são identificados e isolados antes que transmitam o vírus para outros, cortando as cadeias de transmissão", completa.
Esse método, chamado de rastreamento de contatos, nem é algo tão inovador assim. Mas hoje em dia é possível adotá-lo e até aumentar sua eficácia com a ajuda da tecnologia — os quarentenados podem fazer consultas por aplicativos de videochamada e receber orientações por mensagens de texto, por exemplo.