Milagre: bebê nasce após cirurgia realizada ainda no útero da mãe

O bebê precisou passar por cirurgia inédita, ainda dentro do útero da mãe, em um procedimento considerado de alto risco, mas necessário.

bebê | Gustavo Moreno/Metrópoles
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No Distrito Federal, o casal foramdo pela a jornalista Polyana Resende Brant e o servidor público Tiago Resende Brant, ambos com 38 anos, presenciou o que pode se aproximar de um milagre. Isso porque o nascimento de Ragnar, filho do casal, foi carregado de emoção. Antes de vir ao mundo, o bebê precisou passar por cirurgia inédita, ainda dentro do útero da mãe, em um procedimento considerado de alto risco, mas necessário.

Segundo informação, no sexto mês de gestação, Ragnar foi diagnosticado com quadro grave de hidropsia - condição que desencadeia derrames pleurais, abdominais, subcutâneos, intracranianos e testiculares - e sequestro pulmonar, em que um tumor na caixa torácica estava sendo irrigado por uma aorta e chegou a fazer pressão no esôfago. Essa situação leva a óbito fetal se não houver intervenção cirúrgica de emergência.

Com o diagnóstico definido, Polyana e Tiago foram em busca de tratamento. “Descobrimos esse tumor – que estava sendo irrigado por vários vasos –, e um exame apontou que ele começou a crescer. A gente tentou uma terapia alternativa, com corticoide, e o tumor chegou a reduzir, mas semanas depois tornou a crescer. E o bebê começou a inchar”, conta a jornalista.

Bebê passou por momentos difíceis antes do nascimento. (Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles)

Ela lembra que chegou a telefonar para uma equipe de São Paulo, “e eles confirmaram que seria necessária uma cirurgia. Procuramos até encontrar a Danielle Brasil [especialista em cirurgia fetal], que atua no Hospital Santa Lúcia, aqui em Brasília. A gente sentiu que era ela. Ela tinha muita certeza do que estava falando”.

Jã no dia 22 de março, após a piora acentuada nos quadros do bebê e da mãe, a paciente deu entrada no pronto-socorro do Santa Lúcia, por volta das 9h30. Sendo que a cirurgia queimaria apenas o vaso que estava nutrindo o tumor. E a gravidez já durava sete meses.

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Polyana ressalta que o prognóstico era o pior possível. “Se não tivesse intervenção cirúrgica, seria óbito fetal. Eu fiquei acordada durante o procedimento, o tempo inteiro sorrindo. Estava muito feliz. Confiante e feliz de ter a oportunidade de salvar a vida do nosso filho.”

Mas após do procedimento, o tumor finalmente reduziu. Mas, infelizmente, uma semana depois voltou a crescer. O casal, juntamente com as médicas, decidiram pela realização de nova cirurgia, essa inédita, sendo que nesse caso para queimar o tumor inteiro.

Ao todo, foram quase quatro horas de operação, sem anestesia e Polyana já estava com oito meses de gestação. “Seria a última chance de salvar o neném. Mas foi gratificante, porque funcionou”, diz a mãe emocionada.

E completa: “As coisas foram acontecendo de uma maneira muito divina, muito mágica, milagrosa. A prova do milagre é que o neném não tem nenhuma cicatriz. Esse milagre foi completo. Ele tem nome de guerreiro não é à toa. Antes mesmo de nascer, ele enfrentou duas batalhas e venceu as duas”.

A cirurgiã especialista em cirurgia fetal, responsável pelo caso de Polyana, Danielle Brasil, chegou a falar  que o caso de Ragnar era grave e que a família se manteve guerreira.

Em seu relato, a médica lembra do momento. “Conheci a Polyana na minha clínica, de cara vi a gravidade do caso. A melhor chance era cirurgia fetal. Não é fácil. Amadurecemos a ideia, e os pais foram para a guerra com a gente. Ela [Polyana] queria me ver todo dia. Foi uma gravidez difícil, mas eles são muito guerreiros”, explica.

Eis que no dia 18 de maio deste ano, Ragnar nasceu de cesárea pesando 3,2 kg e 49 centímetros. Após todo esse tormento, os pais aproveitam a alegria ao lado primeiro filho. “Ele tem essa sede de viver”, finaliza Polyana emocionada.

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