O ataque ao ônibus do Fortaleza na madrugada da última quinta-feira (22) resultou em mais de 1.200 lesões físicas nos jogadores. O Diretor do Departamento de Performance do clube, o médico Cláudio Maurício, confirmou o número.
"Foram seis jogadores examinados. Destes seis, eu identifiquei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A gravidade das lesões fala por si só. Temos contusões, ferimentos penetrantes, queimaduras de segundo grau e lesões com sequelas permanentes. Há lesões que deixarão cicatrizes definitivas."
"Não tenho dúvidas de que não estamos longe de estar lamentando uma tragédia. Muitas das lesões poderiam ter sido fatais por uma questão de centímetros", assegurou o diretor. O médico do time também mencionou as lesões decorrentes de traumas psicológicos.
"É difícil quantificar, mas estudos já mostram que o estresse pós-traumático tem consequências físicas reais. Não se trata apenas de como você reage, há mudanças hormonais em certas áreas do cérebro que afetam sua vida diária", explicou.
O caso mais grave é o do lateral Escobar. Ele recebeu 13 pontos entre a boca e a sobrancelha e exigirá mais tempo e atenção para voltar aos treinos. "A situação do Escobar é angustiante, o que ele está enfrentando nos primeiros dias. Inicialmente, ele mal conseguia ser transferido para um hospital mais especializado. Ele foi levado para o hospital mais próximo e ficou na UTI até recuperar a consciência e receber os primeiros cuidados", lembrou o médico.
Além de múltiplas lesões, Escobar foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico. O médico destacou o suporte psicológico oferecido pelo clube aos jogadores.
"Fizemos um esforço conjunto para fornecer esse suporte psicológico. Nem todos os jogadores têm familiares aqui, alguns têm apenas alguns. Estamos tentando visitá-los em suas casas para oferecer apoio, mas também trazê-los para o clube, onde o convívio com os colegas pode ajudar. Às vezes, ficar isolado faz com que você reviva o trauma em sua mente, prejudicando o sono e o bem-estar. Estamos oferecendo apoio psiquiátrico, incluindo medicamentos para aqueles que achamos que precisam neste momento. E aos poucos, tentaremos reintegrá-los, respeitando a dor de cada um", concluiu.