Neste cenário em que todas as atenções se voltam para Paris, vale lembrar que, com a remarcação dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, o mundo do esporte vivenciou um ciclo olímpico mais curto, de apenas três anos. Mesmo assim, o período foi marcado por perdas significativas. A Olimpíada de Paris, cuja cerimônia de abertura ocorreu na sexta-feira, trouxe, além do espírito competitivo, a memória de atletas que perderam a vida enquanto esperavam a chance de competir novamente no maior palco esportivo do mundo.
Atletas experientes, como os velocistas Deon Lendore e Tori Bowie, deixaram um legado no esporte olímpico antes de partirem nos últimos anos. Outros, apesar da pouca idade, marcaram suas modalidades para sempre, como a velejadora tunisiana Eya Guezguez, que faleceu aos 17 anos após ser a mais jovem atleta de seu país nos Jogos de Tóquio 2020.
Alguns atletas olímpicos foram vítimas de crimes bárbaros, como a velocista queniana Agnes Tirop, assassinada a facadas em sua casa, com o marido como principal suspeito. O velocista equatoriano Alex Quiñónez também foi morto a tiros.
Relembre os atletas olímpicos que morreram durante o último ciclo:
Jackson James Rice (vela/kitesurfe - 18 anos - Tonga)
Fenômeno do kitesurfe em Tonga, Jackson James Rice garantiu vaga nos Jogos de Paris, onde a modalidade estreia no programa da vela. Infelizmente, ele perdeu a vida tragicamente em um acidente de mergulho em seu país semanas antes dos Jogos, em junho.
Kelvin Kiptum (atletismo/maratona - 24 anos - Quênia)
Medalha de ouro nas maratonas de Tóquio e Chicago em 2023 e uma das grandes esperanças de pódio do Quênia, Kelvin Kiptum morreu em um acidente de carro em fevereiro. Ele e seu técnico, Gervais Hakizimana, que também faleceu no acidente, estavam viajando para a cidade de Eldoret quando o carro perdeu o controle.
Agnes Tirop (atletismo - 25 anos - Quênia)
Meses depois de competir em Tóquio 2020, Agnes Tirop foi encontrada morta a facadas em sua casa, no Quênia, em outubro de 2021. Emmanuel Rotich, seu marido, foi preso e está sendo julgado pelo crime. Nos Jogos de Tóquio, Tirop terminou em quarto nos 5.000 metros.
Shavez Hart (atletismo - 29 anos - Bahamas)
Vice-campeão mundial indoor no revezamento 4x400m em 2016 e competidor na Rio 2016, Shavez Hart foi baleado em setembro de 2022 ao tentar separar uma briga no estacionamento de uma boate nas Ilhas Ábaco, nas Bahamas.
Eya Guezguez (vela - 17 anos - Tunísia)
A jovem velejadora tunisiana Eya Guezguez perdeu a vida em um acidente durante um treinamento com sua irmã gêmea, Sarra, que sobreviveu. Em abril de 2022, sob ventos fortes no mar de Tunis, a embarcação virou, resultando no afogamento de Eya. Na Olimpíada de Tóquio, as gêmeas competiram na classe 49er FX, sendo as mais jovens a representar a Tunísia.
Tori Bowie (atletismo - 32 anos - Estados Unidos)
Com três medalhas na Rio 2016, incluindo ouro no revezamento 4x100m, Tori Bowie enfrentava um momento difícil na carreira, lidando com lesões e depressão, segundo pessoas próximas. Em maio do ano passado, Bowie foi encontrada morta em casa. A autópsia concluiu que a atleta morreu por complicações no parto (estava grávida de sete a oito meses). A filha, Ariana, também não sobreviveu.
Deon Lendore (atletismo - 29 anos - Trinidad e Tobago)
Medalhista de bronze no revezamento 4x400m em Londres 2012 e participante das Olimpíadas do Rio 2016 e Tóquio 2020, Deon Lendore morreu em um acidente de carro em College Station, no Texas, em janeiro de 2022.
Alex Quiñónez (atletismo - 32 anos - Equador)
Finalista dos 200m em Londres 2012, Alex Quiñónez foi suspenso dos Jogos de Tóquio por falhas em informar sua localização, afetando exames antidoping. Em outubro de 2021, foi assassinado a tiros em Guayaquil, sua cidade natal.