Alerta: cresce o risco para passageiros em transporte clandestinos

Números de acidentes e apreensões de ônibus irregulares em outubro revelam cenário de falta de segurança para passageiros e motoristas nas estradas brasileiras

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No mês de outubro, o Brasil acompanhou perplexo a acidentes graves com ônibus clandestinos nas rodovias brasileiras. Na madrugada do dia 10, por exemplo, uma ocorrência de tombamento de ônibus, que transitava na BR-040, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, resultou num total de 45 vítimas, e uma pessoa morta. O episódio expõe a trágica situação do transporte irregular no país.

 Só no feriado de 12 de outubro (entre 0h do dia 8 e 24h do dia 12), a Polícia Rodoviária Federal registrou 1.038 acidentes, sendo 261 ocorrências graves nas rodovias federais brasileiras, que resultaram em 86 mortes e 1.231 feridos.

A porta-voz da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Letícia Pineschi, afirma que o transporte irregular no setor rodoviário é uma atividade que põe em risco a vida dos passageiros.

 “Os veículos clandestinos costumam oferecer aos passageiros um atrativo: o preço mais baixo em relação ao transporte regular. Mas a vantagem é só uma ilusão. A tarifa não leva em conta o preço pago por viajar em veículos de idade avançada, em condições precárias de manutenção, que muitas vezes não passam pelas inspeções obrigatórias em que são verificados os equipamentos de segurança. Os clandestinos podem oferecer viagens mais baratas. Só que muitas vezes elas não têm volta”, destaca.

Veículos clandestinos  põe em risco a vida dos passageiros

A executiva ressalta ainda que além dos riscos à vida dos passageiros, existe também o abandono dos mesmos à própria sorte, quando a fiscalização efetua interrupções de viagens clandestinas compradas por meio de aplicativos que vendem os serviços intitulados como “fretamentos colaborativos”, que na realidade são empresas não autorizadas ao transporte público operando à margem da legalidade. 

”Nesses casos, além de perder o feriado e todos seus planos de viagem , os passageiros ainda passam horas nas rodovias aguardando pelo socorro de um serviço regular que nem sempre ocorre rapidamente em função da imprevisibilidade”, afirma.

Transporte irregular e viagens interrompidas

De acordo com dados da Operação Centauro, realizada de 8 a 16 de outubro, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com o intuito de combater o transporte não autorizado de passageiros, só nestes oito dias, a agência fiscalizou 3.422 veículos e 218 foram apreendidos. 

A ação ocorreu em 27 pontos do Brasil e para uma melhor eficácia das fiscalizações, os servidores da ANTT tiveram o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), polícias militares estaduais e de outros órgãos da administração pública, como a Receita Federal e os Departamentos Estaduais de Estradas e Rodagens (DER).

Para a Abrati, esses números ressaltam que a situação do transporte clandestino é realmente preocupante para o país.

“Usuários desse tipo de transporte não têm nenhuma garantia e qualquer tipo de amparo caso algum acidente ou apreensão venha a acontecer. Por isso é fundamental o usuário estar atento para utilizar o transporte regular. Ele segue regras, as empresas são fiscalizadas e vistoriadas frequentemente, pagam tributos, cumprem as leis e normas trabalhistas, oferecem benefícios aos motoristas e ainda arcam com custos de manutenção e seguro-acidente. Uma boa viagem começa pela escolha segura, confortável e confiável de uma empresa legalizada”, ressalta Letícia Pineschi.

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