O apagão que afetou 25 estados brasileiros e o Distrito Federal na última terça-feira (15), ocorreu após o desligamento de uma linha de transmissão por "atuação indevida do sistema de proteção", em Quixadá, no interior do Ceará, segundo a Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf).
Somando os estados, a falta de energia atingiu cerca de 29 milhões de unidades consumidoras, como residências, comércios, escolas e hospitais. A linha na cidade de Quixadá tem tensão de fornecimento de 500 KV, suficiente para abastecer cerca de 3,1 milhões de pessoas. A Chesf menciona que ela não seria capaz de provocar o apagão.
"Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido", afirmou a Chesf.
A Companhia ressaltou que a manutenção dessa linha está de acordo com as normas técnicas. Ela ainda disse que as redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.
Em coletiva de imprensa, Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, questionado pelo apagão da possibilidade de ter sido falha humana, ele disse que, neste momento, nenhuma hipótese é descartada.
"ONS é órgão técnico. O Relatório de Avaliação de Perturbação [RAP] tem esse nome de relatório, mas é uma sequência de reuniões que são realizadas entre ONS e os agentes envolvidos. Seguem um padrão, seguem um procedimento e faz análise técnica do assunto. Fator humano é um fator analisado do ponto de vista técnico. Pode haver falha humana? Pode ter havido uma falha humana. Hoje, nós não podemos dizer que houve ou não houve", disse Ciocchi.
Luiz Ciocchi afirmou ainda que o grande desafio na apuração das causas é desvendar por que um evento como esse, na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza, que não deveria causar um apagão da magnitude, acabou gerando o episódio.
"O proposito hoje é identificar o evento zero a partir de onde essa propagação se originou. Diferentemente de outros eventos que ocorreram no Brasil, nós não tivemos aqui um raio, uma intempérie, uma queda de uma torre na linha de transmissão, ou qualquer evento que tivesse relacionado", afirmou.