O Brasil atingiu a marca de 1,6 milhão de casos (prováveis e confirmados) de dengue até o ano de 2024, de acordo com os dados mais recentes do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, divulgados nesta sexta-feira (16). Nos primeiros dez semanas deste ano, foram registrados 1.684.781 casos, ultrapassando o total de 2023, que foi de 1.658.816 casos.
AUMENTO SIGNIFICATIVO - Este é o segundo maior número de casos desde o início da série histórica em 2000, ficando atrás apenas do recorde de 2015, quando foram registrados 1.688.688 casos prováveis. Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, o Brasil havia registrado 326.342 casos em menos de três meses. Além disso, até o momento, foram confirmadas 513 mortes desde janeiro, com outras 903 ainda em investigação. Em 2023, foram registrados 202 óbitos nas semanas 01 a 10.
IMPACTO NA SAÚDE - A infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Carla Kobayashi, expressou preocupação com o impacto da dengue na saúde pública. "O que é preocupante nesse número de casos é o impacto da dengue na saúde. A gente sabe que a dengue já é um problema de saúde pública, sem dúvida, mas quando a gente tem epidemias como essa, a gente sabe da sobrecarga que a doença causa no sistema de saúde, nos atendimentos", disse, em reportagem do g1.
POR QUE TEM AUMENTADO? Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado recentemente no portal Scientific Reports da Nature, apoia essa análise. Os pesquisadores destacaram que o aumento de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e secas, juntamente com a urbanização incompleta e a degradação ambiental, estão contribuindo para a expansão da dengue para áreas antes menos afetadas, como as regiões Sul e Centro-Oeste.
Para lidar com essa situação, é crucial implementar estratégias para aumentar o atendimento à população, diagnosticar e tratar precocemente a doença, de acordo com Kobayashi.
Como prevenir a dengue?
Para prevenir a dengue, é essencial eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, principal vetor de transmissão da doença. Isso requer esforços conjuntos da sociedade, governo e profissionais de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 75% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios, em recipientes como vasos de plantas, garrafas, pingadeiras, bebedouros e materiais em depósitos de construção. O controle do mosquito envolve educação da população, fornecimento de larvicidas, fumacê e distribuição de inseticidas pelos gestores.
O infectologista e consultor da OMS, Kleber Luz, alertou que a dengue pode ser fatal mesmo em pessoas saudáveis de qualquer idade. Portanto, é fundamental procurar assistência médica ao apresentar os primeiros sintomas, pois a infecção pode evoluir rapidamente, resultando em óbito em questão de dias.
Com informações do g1