Ao ser questionado hoje, terça-feira (16), durante entrevista à Globo News, sobre o andamento do novo arcabouço fiscal, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou estar positivo em relação à aprovação do projeto, com ampla margem no Congresso Nacional.
Após se reunir ontem (15) com o relator do projeto, Cláudio Cajado, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para resolverem parecer do novo arcabouço. Ao ser questionado sobre a posição do governo em relação ao relatório do projeto apresentado pelo deputado Cajado, Haddad afirmou que o texto apresentado seria fruto de um acordo entre todos e que todo mundo teve que “ceder alguma coisa”.
“Em acordo, todo mundo sai do acordo tendo que ceder alguma coisa né. É óbvio que se você perguntar para o governo, o governo ele mandou um projeto de lei, mas sabe que (existem) outras forças do Congresso Nacional, que é natural que o relator tem que ouvir todo mundo pra angariar o maior apoio possível, e é um quórum qualificado, temos que ter 257 votos para aprovar”, explicou o ministro em resposta.
Haddad também havia se encontrado antes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pra poderem tratar do tema. Conforme algumas informações, Lula havia pedido para que os gastos com a política de valorização do salário mínimo e do projeto Bolsa Família fossem preservados após aprovação de novo arcabouço fiscal.
Haddad afirmou também que com a aprovação do projeto, o país poderia sair da “camisa de força”, fazendo relação com o atual teto de gastos, a regra fiscal em vigor, que consequentemente limita o crescimento de uma grande parte das despesas da União à inflação.
“Eu penso que a gente sai de uma camisa de força muito grande e coloca o país em outro patamar, mais inteligente, mais flexível e no futuro você tem os parâmetros. Próximo governo pode alterar os parâmetros, mas o desenho foi muito bem recebido”, afirma.
O ministro também afirmou, ao ser questionado se o governo havia concordado com um trecho presente no relatório, afirmando que o programa Bolsa Família não terá aumento acima da inflação, caso a meta de resultado das contas públicas for descumprida.
“Se o governo mandar uma proposta de reajuste do Bolsa Família, muito difícil o Congresso recusar porquê você está falando da camada mais pobre da população. Mas isso não vai ser necessário. Nós vamos conduzir a gestão fiscal da forma mais responsável, mas atendendo aquela parcela da sociedade que efetivamente precisa de mais proteção do Estado”, conclui.