Na última quinta-feira (20), de acordo com o portal de notícias Xinhua, engenheiros chineses iniciaram a construção de um novo poço, à procura de gás natural. O projeto também visa aumentar a busca por recursos naturais que estão escondidos a dezenas de milhares de metros de profundidade. No projeto, o poço terá cerca de 10.520 metros, e será escavado no solo na Bacia de Sichuan, localizada no sudoeste da China.
A localização de onde o poço será feito é considerada importante pois possui uma grande produção de gás natural. O projeto foi anunciado um tempo depois que a China havia começado a escavar outro poço, no qual seu projeto visa estender ainda mais sua profundidade, planejada para chegar aos 11.100 metros. Diferente do outro poço, este está localizado na Bacia de Tarim, na região Xinjiang, no noroeste do país.
Caso os dois projetos sejam finalizados, eles entrarão para o ranking dos poços mais profundos já feitos pelo homem, na Terra, mas apesar da profundidade, eles não seriam os mais profundos. Atualmente, o primeiro lugar está ocupado pelo Poço Superprofundo de Kola, no noroeste da Rússia, que está extinto. O projeto consistia em uma perfuração feita na época da Rússia soviética, e levou cerca de 20 anos para ser finalizado. A perfuração chegou a 12.262 metros de profundidade.
Apesar da boa intenção, o projeto também é movido por fortes incentivos comerciais, ao decidir explorar essas reservas de energia, que possuem um grande potencial de lucro. Ainda segundo o Xinhua, o projeto mais recente na Bacia de Sichuan, chamado de "Buraco para o inferno", por conta de sua profundidade, tem sido operado pela empresa PetroChina Southwest Oil and Gasfield Co, considerada uma subsidiária da China National Petroleum Corporation, uma das maiores empresas estatais de energia do país.
O projeto atual tem sido considerado como uma medida de grande importância, e, segundo a agência de notícias, o esforço para a conclusão do poço tem o objetivo de explorar os recursos naturais que estão enterrados, enquanto “promove o progresso da tecnologia central e capacidade de equipamento da engenharia de petróleo e gás da China”, alega.
O vice-engenheiro-chefe da PetroChina Southwest Oil, Chen Lili, disse à agência de notícias Xinhua que esperava que o projeto de perfuração do poço funcionasse como uma série de “desafios de classe mundial” a serem superados durante o processo. A China, atualmente é considerada a segunda maior economia do mundo, e também como o país que mais emite carbono para o planeta. Assim, o país possui enormes necessidades energéticas.
De acordo com uma declaração do líder chinês Xi Jinping, a segurança de energia natural futura tem sido vista pelo país como uma prioridade nacional. Apesar da grande incidência de poluição, nos últimos anos o país tem se tornado um líder global em energia renovável, com o objetivo de dobrar sua capacidade de energia eólica e solar e atingir a meta de até 2030 atingirem suas metas de energia limpa.