Edmundo González se autodeclara presidente da Venezuela

Em comunicado assinado por González e por María Corina Machado, divulgado nesta segunda-feira (05), os líderes afirmaram que a oposição venceu a eleição na Venezuela

González declara ser o presidente da Venezuela | Federico Parra/AFP
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Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro, proclamou-se o novo presidente da Venezuela nesta segunda-feira (5). Até esse domingo (04), as atas de votação coletadas e divulgadas pela oposição, apontavam vitória do candidato opositor, com uma vantagem de quase 4 milhões de votos.

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OPOSIÇÃO VITORIOSA

No comunicado assinado por González e por María Corina Machado, divulgado nesta segunda-feira (05), os líderes afirmaram que a oposição venceu a eleição "sem qualquer discussão". 

"Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República", disse a nota. 

MADURO NÃO RECONHECE DERROTA

No comunicado, González e Corina Machado dizem que "Maduro se recusa a reconhecer que foi derrotado" e pediram para que os militares venezuelanos que se coloquem "ao lado do povo" e que impeçam um golpe de Estado que Maduro estaria executando.

AUTOPROCLAMAÇÃO

A autoproclamação ocorre após alguns países do mundo, liderados pelos Estados Unidos, considerarem Edmundo González vencedor da eleição. Contudo, a autoproclamação tem caráter simbólico, porque segundo a legislação venezuelana quem tem poder legal de proclamar um novo presidente é o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade eleitoral do país.

GOVERNO NÃO APRESENTOU ATAS

A oposição, liderada por González e por María Corina Machado, contesta o resultado da eleição desde o dia da votação, em 28 de julho. Há uma semana, a CNE, controlada por Maduro, havia anunciado a reeleição do presidente, mas não apresentou nenhuma ata de votação após sete dias.

ELEIÇÃO CONTESTADA

Além da oposição, diversos países do mundo, observadores internacionais da eleição, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia não reconhecem o resultadohttps://www.meionews.com/politica/apos-eua-argentina-e-uruguai-reconhecem-gonzalez-eleito-na-venezuela-504198 e pedem a divulgação das atas eleitorais. O Centro Carter, ONG que observa democracias e eleições pelo mundo, disse que a eleição "não pode ser considerada democrática".

FORÇAS ARMADAS CONTRA PROTESTOS

Até o momento, Maduro não comprovou sua vitória na disputa. O presidente chamou seus opositores de terroristas e disse que eles "têm que estar atrás das grades". A Suprema Corte da Venezuela, também alinhada a Maduro, realizou na última sexta (2) uma auditoria do resultado da eleição, a pedido do presidente. Na sessão, os candidatos assinaram um documento em que aceitam os números divulgados pelo CNE --uma tentativa de Maduro de "dar um verniz legal às eleições", segundo o comentarista da GloboNews Ariel Palácios.

Maduro colocou as Forças Armadas nas ruas da Venezuela para coibir manifestações que se espalharam pelo país desde a semana passada. Os protestos contra o governo já deixaram dezenas de mortos e de feridos, segundo ONGs venezuelanas. O Ministério Público disse que prendeu mais de dois mil manifestantes.

Com informações do g1

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