Neste domingo (29), o Papa Francisco condenou os ataques aéreos israelenses no Líbano que resultaram na morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Segundo ele, essas ações militares "ultrapassam os limites da moralidade".
Durante o voo de retorno a Roma, após uma visita à Bélgica, onde se reuniu com representantes da comunidade católica, Francisco destacou que o uso das forças militares deve ser comedido:
"Mesmo na guerra, há uma moralidade a salvaguardar", afirmou. "A guerra é imoral. Mas as regras da guerra dão a ela alguma moralidade."
Quando questionado sobre os recentes bombardeios de Israel, o papa, de 87 anos, enfatizou:
"A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominar que vai além da moralidade."
Francisco tem feito frequentes apelos pelo fim de conflitos armados ao redor do mundo, mantendo uma postura cuidadosa ao comentar sobre as partes envolvidas. No entanto, nas últimas semanas, ele adotou uma posição mais firme em relação às ações militares de Israel em seu conflito contra o Hamas.
Na semana anterior, o pontífice já havia declarado que os bombardeios israelenses no Líbano eram "inaceitáveis" e pediu à comunidade internacional que interviesse para interromper a escalada de violência. No dia 28 de setembro, em uma coletiva de imprensa, Francisco também criticou as mortes de crianças palestinas em ataques aéreos realizados por Israel na Faixa de Gaza.
Ele revelou ainda que tem mantido contato diário, por telefone, com membros de uma paróquia católica em Gaza. Segundo Francisco, os paroquianos relataram as condições em que vivem e "também a crueldade que está acontecendo lá".