De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (05), pelas empresas Moderna e MSD, um imunizante ainda em desenvolvimento, baseado em RNA mensageiro, feito pelas companhias, obteve êxito em reduzir a multiplicação de um tipo de câncer de pele mais letal. De acordo com as empresas esse imunizante reduziu em 65% o risco da multiplicação desse câncer, se comparado ao tratamento apenas com imunoterapia convencional.
A empresa Moderna Therapeutics, é uma companhia de biotecnologia dos EUA com sede em Cambridge, Massachusetts, que é focada na descoberta e no desenvolvimento de medicamentos com base no RNA mensageiro (mRNA), já a MSD, sigla para Morgan Stanley Emerging Markets Debt Fund, Inc, é uma empresa de bioquímica que trabalha no descobrimento e desenvolvimento de produtos para as saúde, levando ao mercado mundial vacinas e medicamentos inovadores para combater doenças desafiadoras, como o câncer.
Os resultados dessa vacina, criada a partir da parceria entre as duas companhias, foram apresentados na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos, e seguem com dados positivos anteriores do estudo, mostrando que a vacina a partir do mRNA personalizada e administrada em conjunto com a medicação Keytruda da MSD, acabou reduzindo o risco de morte ou da proliferação de melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele, em cerca 44%, quando comparado com a Keytruda sozinha.
As descobertas do estudo partem de um crescente conjunto de provas que desmonstram que a tecnologia de mRNA, que ganhou destaque desde a pandemia de Covid-19, pode ser usada, assim como já está sendo, para produzirem vacinas personalizadas que preparem o sistema imunológico do paciente para combater o tipo específico de células cancerígenas nos tumores.
A Dra Jane Healy, executiva responsável por supervisionar o desenvolvimento do tratamento de câncer precoce, na empresa MSD, afirmou que a esperança desse projeto experimental é “um paradigma de tratamento completamente novo para o câncer que será mais bem tolerado e exclusivo para os tumores de cada paciente”.
Cientistas do mundo inteiro vêm buscando há décadas poderem realizar o sonho de que existissem vacinas para tratar o câncer, porém sem muitos sucessos. Alguns especialistas da área de oncologia dizem que as vacinas de mRNA, que podem ser produzidas em cerca de oito semanas, combinadas com drogas que aceleram o sistema imunológico podem levar a uma nova geração de terapias contra o câncer.