Belchior: espetáculo homenageia o gênio da MPB e colhe emoção em Teresina

O musical transportou a plateia para a juventude do cantor, utilizando trechos de suas próprias entrevistas para criar uma narrativa cativante

Ravena Lages | Pablo Paleologo interpretando Belchior
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Na noite deste sábado (02), o Centro de Convenções de Teresina (Teatro G3 Telecom) foi palco de um espetáculo emocionante e memorável: "Belchior: ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". Sob a direção de Pedro Cadore, que também contribuiu para a dramaturgia junto à Cláudia Pinto, a peça prestou uma bela homenagem ao lendário compositor cearense Antônio Carlos Belchior e mobilizou um total de 470 teresinenses para prestigiar o show.

O musical transportou a plateia para a juventude do cantor, utilizando trechos de suas próprias entrevistas para criar uma narrativa cativante. Entre as representações de diferentes fases da vida de Belchior, o talentoso ator e cantor Pablo Paleologo incorporou o papel do icônico artista cearense, enquanto Bruno Suzano deu vida ao "Cidadão Comum", um personagem que frequentemente aparece nas letras de Belchior e, de certa forma, representa seu alter ego.

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"É uma emoção e responsabilidade muito grande. É uma figura da nossa música popular brasileira importante para muita gente, especialmente aqui no Nordeste", afirmou. "Então é uma responsabilidade muito grande de mexer com o imaginário e com as lembranças das pessoas e tentar fazer isso da melhor forma possível", continuou.

Pablo Paleologo interpretando Belchior | Foto: Ravena Lages

Pedro Cadore, o diretor do espetáculo, enfatizou: "Mais do que sua biografia, a peça pretende mostrar ao espectador a filosofia de um dos ícones mais misteriosos da Música Popular Brasileira. Queremos trazer uma sessão de nostalgia aos fãs e aos que não conhecem sua poesia inigualável".

O musical também contou com uma banda ao vivo composta por quatro músicos que elevaram a experiência a um patamar emocionante. Além da celebração da obra de Belchior, a produção teve como objetivo resgatar a relevância do cantor no contexto político brasileiro. Belchior acreditava no poder transformador da arte na vida das pessoas, e em um cenário cheio de incertezas sobre o futuro, sua voz e sua filosofia se tornam mais necessárias do que nunca.

Pablo cantou os sucessos de Belchior | Foto: Ravena Lages

Durante o espetáculo, o público foi levado a uma jornada emocional, com o show começando às 20h30 e a icônica música "Alucinação" abrindo a noite. Pablo se esforçou para capturar a voz e a essência de Belchior, mantendo os mesmos gestos e postura corporal do homenageado, ao longo do espetáculo, para simbolizar sua presença de palco.

Os espectadores foram cativados por histórias descontraídas e humoradas sobre o cantor, além de reflexões e pensamentos narrados por Bruno, isso sendo alternado entre interpretações emocionantes das músicas partindo de Pablo.

A mudança de figurino de Pablo, ao longo do espetáculo, foi fiel ao estilo de Belchior, e a plateia demonstrou seu entusiasmo com aplausos calorosos em diversos momentos do show. Efeitos sonoros e visuais também contribuíram para tornar o espetáculo ainda mais envolvente.

Um dos momentos mais emocionantes ocorreu durante a interpretação de "Como Nossos Pais", quando a plateia se juntou ao canto. O “Cidadão Comum” recitou um verso do poeta Carlos Drummond de Andrade, acentuando o impacto poético da performance.

Pablo e Pedro incorporando Belchior | Foto: Ravena LagesA emoção atingiu seu ápice quando lágrimas foram visíveis na plateia durante uma parte tocante do espetáculo. Pablo finalizou o show com o sucesso "Sujeito de Sorte", recebendo uma chuva intensa de aplausos como prova do apreço e admiração do público.

O espetáculo "Belchior: Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro" é mais do que uma homenagem a um dos maiores nomes da música brasileira; é uma celebração da filosofia, da esperança e do poder transformador da arte, tudo isso incorporado nas letras e na vida de Antônio Carlos Belchior.

Pedro faz crítica durante a apresentação | Foto: Ravena Lages

Trajetória da equipe

A jornada do espetáculo começou em abril de 2019, no Teatro João Caetano (RJ), e desde então já encantou mais de 20 mil pessoas em teatros de renome em todo o Brasil, incluindo o Theatro José de Alencar e o Theatro Via Sul no Ceará, e o Teatro Rival Refit no Rio de Janeiro, entre outros.

O projeto contou com o apoio e satisfação da família do homenageado. Camila e Mikael Henman Belchior, filhos do cantor, disseram: "Nos emocionamos em ver uma produção sobre a obra do nosso pai tão alinhada com a proposta artística dele. O foco nas palavras de Belchior, tanto de músicas quanto de entrevistas, enaltece o compromisso do espetáculo com a sua filosofia. Desejamos vida longa ao musical e que ele alcance o Brasil inteiro".

Interação no final do show | Foto: Ravena Lages

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