Relatos sobre o dia 27 de maio:
“Tivemos muita dificuldade para conter a população. Quando a gente retornou para o local, estava lotado de gente e as pessoas estavam trazendo as vítimas nos braços. Para mim, foi o pior momento da minha vida como policial, porque a gente mora na cidade, trabalha ali e fica familiarizado com os parentes. Eu atuei por 20 anos em Castelo, cheguei lá quando elas eram crianças e as vi crescer. Aí a gente se depara com isso, os pais totalmente desesperados, pessoas que foram para a frente da delegacia tentar pegar os acusados. Teve um momento em que eu, como ser humano, pedi para que aquilo fosse só um pesadelo que ia passar”, relatou o subtenente Gomes, da Polícia Militar do Piauí.
“A gente se pergunta se poderia ter evitado essa tragédia [...] a gente é responsável por mandar prender e soltar. Temos conhecimento nessa área criminal, mas vem uma angústia e uma tristeza muito grande. A gente se pergunta até como poderíamos ter evitado que isso acontecesse. Tinha um maior envolvido e eu já tinha decretado a prisão preventiva dele, mas ainda não tínhamos conseguido prendê-lo. Na hora, me veio essa pergunta: será que foi ele? Será que foi isso? Eu não consegui prendê-lo e ele fez isso?”, desabafou o juiz que atuou no caso, Leonardo Brasileiro.
"O estupro de Castelo do Piauí e o assassinato da Dani foram paradigmáticos. Foi uma luta conseguir enquadrar o crime como feminicídio, queriam deixá-lo como homicídio por motivo fútil, para esconder o estupro. Não tenho dúvida que foi um crime cometido por ódio e desprezo pela condição de mulher”, disse a delegada Eugênia Villa, em 2017.
"Me sinto uma outra pessoa, mais agradecida e muito feliz por estar viva", disse uma das vítimas do crime, em 2016, a um meio de comunicação.
"Ainda sinto muito medo, medo de tudo. Não ando mais sozinha. Meu pai me leva e me busca na faculdade todas as noites”, disse outra vítima, em 2017.