O Núcleo de Educação Escolar Indígena e Quilombola (NEEIQ) da Seduc promoveu nesse sábado (20), uma reunião com todos os diretores da Unidade Escolar Melvin Jones, Cristino Castelo Branco e CEJA Gayoso e Almendra, escolas na qual devem aplicar o projeto pedagógico, participaram do encontro com a diretoria e técnicos da UEJA e também do superintendente da SUETPEJA, professor Paulo Henrique.
A Secretaria da Educação do Piauí (SEDUC-PI) foi responsável por elaborar o projeto EJA Intercultural Warao “Nebu Tuma-Daomata Tane Naminakitane”, derivados de vocábulos do idioma Warao que significa, em tradução livre, “Jovens e Adultos para aprender”. A proposta foi pensada no atendimento educacional e na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) dos indígenas venezuelanos Warao, que são um contingente de aproximadamente 265 migrantes refugiados que se encontram na capital Teresina.
As escolas devem trabalhar com os valores, saberes tradicionais e práticas de cada comunidade, garantindo o acesso a conhecimentos e tecnologias da sociedade brasileira, que possam ser relevantes para que haja o processo de interação e participação cidadã na sociedade em que residem. Partindo disso, as atividades curriculares devem ser significativas e contextualizadas às experiências dos educandos e de suas respectivas comunidades.
O projeto EJA Intercultural Warao, deve contar com acompanhamento pedagógico de uma equipe técnica multidisciplinar composta por educadores, comunidades escolares e o NEEIQ, em parceria com a Unidade de Educação de Jovens e Adultos (UEJA/SUETPEJA). Durante a semana, os educadores Warao, que atuam nas salas de aula como mediadores da língua nativa, auxiliando na comunicação, estiveram em reunião na Seduc para alinhamento e construção do material pedagógico trilíngue de apoio.
Em 2022, o Governo Estadual instituiu na Secretaria da Educação, o Núcleo de Educação Escolar Indígena e Quilombola (NEEIQ/SUEB), instituído para programar a Política de Educação Escolar Indígena e Quilombola no âmbito da educação básica do Piauí, com objetivo de inclusão e igualdade. A coordenadora do projeto NEEIQ/SUEB, Tatiana Oliveira, explica que o plano tem como principal foco o desenvolvimento de ações que foquem no atendimento educativo pautado na autoafirmação do povo Warao em questão de identidade, cultura, tradições e língua, bem como a interação interlinguística (português espanhol e warao).
“O objetivo é a promoção da equidade e garantia de direitos humanos aos refugiados. Os indígenas venezuelanos da etnia Warao têm direito ao acesso a uma educação diferenciada, multilíngue e que respeite suas culturas e processos próprios de aprendizagem”, comenta.