O pastor Ederlan Santos Mariano, preso após confessar ter assassinado a própria esposa, a cantora gospel Sara Mariano, insinuou em seu podcast, na TV Shalom, uma tolerância à violência contra a mulher. Sara foi encontrada carbonizada na última sexta-feira (27) às margens da rodovia BA-093, em Dias d’Ávila (BA).
No podcast, que viralizou após a repercussão do crime neste fim de semana, Ederlan questiona a missionária Carla Souza sobre a violência doméstica contra a mulher. Ele inicia a discussão perguntando o que a entrevistada aconselharia as vítimas de agressões. Em seguida, ele responde: “Vai para o joelho”.
“A senhora aconselharia as mulheres que estão assistindo esse podcast, que se alguma dessa o marido bater, xingar, botar dedo na cara, ameaçar, espancar ela, não deixa ela sair de casa e amarrar ela. A senhora aconselha ela o quê? Vai para o joelho, minha filha”, indaga Ederlan Mariano.
Em contrapartida, a missionária Carla Souza afirma que se ela fosse vítima de violência doméstica, não pensaria duas vezes e acionaria a Polícia Militar para que levasse o marido. Em cima de sua fala, Ederlan acrescenta: “Mas, se chamar o pastor, e o pastor disse que é melhor orar?”, e a missionária reage.
“Meu pastor, o senhor é muito radical. Quando o cara bate, é 190. É um monte de viatura na porta para pegar ele. Saber por quê? Porque é muito fácil, eu vejo homens que batem que não tem essa mesma reação se fosse um outro homem. Se o pastor mandar orar, com o meu marido me espancando, eu vou ligar para o 190 e mandar o pastor ir junto. Porque o pastor está mandando eu ser omissa ao agressor, e Deus não me chamou para ser agredida não. Se alguém abrir a bíblia e dizer assim: a mulher tem que submissa, o homem tem que ser rude, tratar ela do jeito que ele quer, eu deixo de ser crente hoje, porque a Palavra está aqui”, questiona a missionária Carla Souza.
Veja a entrevista!