Na manhã desta sexta-feira (20), a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagraram uma operação para prender Giovanni Oliveira Vieira, suspeito de envolvimento na execução de três médicos em outubro do ano passado. O crime ocorreu em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além de Giovanni, outro homem está sendo investigado e é alvo de mandado de busca e apreensão nesta mesma operação.
De acordo com as investigações, Giovanni desempenhou um papel crucial no crime. Ele teria conduzido, em uma motocicleta, o veículo que transportava os atiradores até o quiosque do Naná, onde o ataque aconteceu. Imagens de câmeras de segurança capturaram Giovanni escoltando os criminosos até o local, reforçando seu envolvimento no episódio.
Além disso, foi cumprido um mandado de prisão contra Francisco Glauber Costa de Oliveira, conhecido como GL, que já está preso no Complexo de Gericinó. Ele é acusado de autorizar a execução dos assassinos que participaram do ataque, após a constatação de que o alvo foi confundido com outra pessoa. GL, apontado como uma figura importante na organização criminosa, é uma das peças-chave nas investigações.
As equipes envolvidas na operação incluem agentes da Delegacia de Homicídios da Capital, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Eles atuam principalmente na Cidade de Deus, na Zona Oeste, para localizar outros suspeitos e cumprir os mandados judiciais.
Ataque na hora do almoço
O crime chocou a comunidade médica e a sociedade em geral. As vítimas estavam participando de um congresso de ortopedia e haviam descido para jantar no quiosque próximo ao hotel onde estavam hospedados. Perseu Ribeiro Almeida, um dos médicos do grupo, foi confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Barbosa, alvo original dos criminosos. No ataque, além de Perseu, morreram Marcos Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza Bonfim. Daniel Sonnewend Proença, outro médico, sobreviveu apesar de ter sido gravemente ferido.
A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios (DH) e pelo Ministério Público identificou que o ataque foi fruto de uma confusão gerada por informações equivocadas. Perseu, que tinha semelhanças físicas com Taillon, foi erroneamente apontado como o miliciano. Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, também na Zona Oeste do Rio. Ambos foram presos no final de 2023, por outros crimes.
Comando Vermelho
O caso também resultou na denúncia de outros membros do Comando Vermelho, acusados de envolvimento no planejamento e execução do ataque. Entre os denunciados estão Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, Carlos da Costa Neves, o Gardenal, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, além de GL. Todos teriam dado aval ou auxiliado diretamente no crime.
A cúpula do Comando Vermelho, ao perceber o erro na execução, ordenou a morte dos envolvidos diretamente no ataque. Quatro dos cinco traficantes responsáveis foram mortos poucas horas após o crime, na comunidade da Chacrinha, também localizada na Zona Oeste. Entre eles estavam Ryan Nunes de Almeida, que disparou contra Perseu, Thiago Lopes Claro da Silva e Pablo Roberto da Silva dos Reis. A ação visou evitar represálias ou investigações mais aprofundadas que pudessem expor a facção criminosa.