O terceiro envolvido no assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete foi preso na noite desta terça-feira (23) em Salvador (BA). Trata-se de Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como 'Café'. O crime ocorreu no dia 17 de agosto de 2023, e a vítima foi atingida por 12 tiros de arma de fogo na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho.
O QUE SE SABE?
Ao todo, cinco homens são suspeitos de cometer o crime, sendo que dois estão foragidos. De acordo com a Justiça, três deles irão a júri popular. "Café" teria auxiliado o plano de execução da líder quilombola. Além disso, ele é apontado como gerente do tráfico e integra o baralho do crime, catálogo que reúne informações dos foragidos mais perigosos da Bahia.
CONHEÇA OS ENVOLVIDOS
Arielson da Conceição Santos (preso)
- Será julgado por roubo, homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
Ydney Carlos dos Santos de Jesus (preso)
- Apontado como gerente do tráfico local, subordinado e "braço" direito de "Maquinista".
- Suspeito de auxiliar no plano de execução de Mãe Bernadete.
Sérgio Ferreira de Jesus (preso)
- Será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
Marílio dos Santos (foragido)
- Vai a júri popular (apesar de estar foragido, tem advogado constituído);
- Conhecido como "Maquinista" ou "Gordo"
- Agiu como o mandante e mentor intelectual do crime.
- Será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
Josevan Dionísio dos Santos (foragido)
- Apontado como um dos executores imediatos do crime.
- Tem dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo.
O CRIME
Era noite do dia 17 de agosto de 2023, quando homens armados invadiram o local onde estava a líder quilombola. Mãe Bernadete pensou que os assassinos eram assaltantes. Ela foi alvejada com 25 tiros de arma de fogo em várias partes do corpo, segundo a Polícia Civil da Bahia. A informação do crime foi dada à polícia pelo neto dela, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que fazia companhia. Além dele, estavam dois adolescentes de 13 e 12 anos.
Após matarem Mãe Bernadete, os suspeitos levaram os celulares da líder quilombola e dos netos. Sem telefone, Wellington utilizou o aplicativo de mensagens que estava aberto no computador, para pedir socorro para pessoas que vivem no quilombo.
Conforme a Polícia Civil, a motivação do crime se iniciou com a insatisfação de um morador do quilombo que foi reprimido por Mãe Bernadete por conta da exploração ilegal de madeira praticada por ele na região. O homem instigou o crime e auxiliou os executores na ação delituosa.