Em uma ação raramente vista na diplomacia internacional, mais de 50 países se uniram para solicitar a convocação de uma reunião de emergência da Assembleia-Geral da ONU. O objetivo é mobilizar apoio político para a proteção do povo palestino em meio aos ataques de Israel em Gaza.
Essa decisão ocorreu após o governo dos Estados Unidos vetar um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU. O projeto buscava uma "pausa humanitária" e o fim da evacuação de civis do norte de Gaza. O governo brasileiro foi previamente informado pela presidência de Joe Biden (Democratas) de que não desejava a participação do Conselho da ONU nas questões envolvendo Israel, após os atos terroristas do Hamas em 7 de outubro.
O veto americano foi justificado pela Casa Branca devido à insistência na necessidade de Israel manter seu direito à autodefesa, um aspecto não abordado pela resolução de caráter humanitário.
Entretanto, esse veto tem custado politicamente aos EUA. O governo russo indicou, na quarta-feira, a intenção de contornar o veto americano e cogitava convocar a Assembleia-Geral da ONU. Agora, a iniciativa recebeu apoio de mais de 50 países, incluindo Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.
Diferentemente do Conselho de Segurança, onde a aprovação de uma condenação requer a ausência de veto de todos os cinco membros permanentes, na Assembleia-Geral, uma resolução precisa apenas da maioria dos 192 votos.
Na carta enviada pelos governos desses países para a presidência da Assembleia Geral, o Grupo Árabe e o Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) nas Nações Unidas solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral. Isso ocorre após o veto lançado em 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental.
A carta destaca a gravidade da situação devido à agressão militar de Israel contra a população civil palestina na Faixa de Gaza. Ela enfatiza a urgência de a Assembleia-Geral tratar dessa crise, dada a destruição, o número significativo de vítimas civis e as condições humanitárias catastróficas.
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