Em uma virada de página, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), estão sinalizando uma reaproximação, mesmo após divergências durante o período da Lava-Jato. Essa movimentação ganha destaque em meio às decisões do ministro que impactam a operação. O chefe do Executivo expressou o desejo de ter um encontro pessoal com Toffoli, que, por sua vez, busca um diálogo privado com o presidente, responsável por sua indicação ao STF.
A possibilidade dessa reaproximação representa mais um passo de Lula em direção ao Judiciário, movimento considerado crucial diante dos desafios enfrentados nas relações com o Congresso. Aliados do presidente relatam que ele ainda guarda certo desconforto com a decisão de Toffoli no episódio da morte de seu irmão, Vavá, em janeiro de 2019, quando o petista estava preso.
Na ocasião, o STF deu uma decisão que impediu Lula de participar do velório, o que gerou desconforto e mágoa. No entanto, fontes próximas a Lula afirmam que Toffoli já reconheceu, em conversas privadas, que se equivocou na decisão, alegando ter sido induzido ao erro. O ministro ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
O último encontro mais reservado entre Lula e Toffoli ocorreu na casa do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em dezembro do ano passado. O diálogo foi amistoso, mas não houve conversa a sós. Recentemente, ambos estiveram presentes em eventos juntos, como a posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça.
A possível reconciliação faz parte de uma estratégia mais ampla de Lula, que já reatou relações com outros ministros do STF, superando antigas divergências. O pragmatismo do presidente na relação com o Judiciário é destacado por seus auxiliares como uma estratégia para contornar possíveis conflitos com o Congresso.
No cenário político, Lula estreitou laços com ministros como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, demonstrando uma aproximação que visa equilibrar eventuais adversidades decorrentes de atritos com o Congresso. A reaproximação com Toffoli, caso se concretize, representa um capítulo importante na reconstrução de pontes entre o presidente e a Suprema Corte.
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