Braskem é alvo de operação da PF por rompimento de mina e afundamentos em Maceió

Ao todo, 14 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Maceió (11), Rio de Janeiro (2) e Aracaju (1)

PF faz buscas contra a Braskem | Montagem/MeioNorte
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A Polícia Federal (PF) está realizando buscas na sede da Braskem, em Maceió, nesta quinta-feira (21), como parte de uma investigação sobre o afundamento de bairros causado pela mineração de sal-gema conduzida pela empresa na região. A atividade, realizada entre as décadas de 1970 e 2019, impactou o solo em cinco bairros, resultando na evacuação de 60 mil pessoas de suas casas. No início deste mês, ocorreu o rompimento de uma das minas, localizada dentro da Lagoa do Mundaú, importante ponto turístico de Maceió.

A Braskem, em nota, afirmou que está acompanhando a operação da PF e se coloca à disposição das autoridades. Ao todo, 14 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Maceió (11), Rio de Janeiro (2) e Aracaju (1).

As autoridades investigam indícios de que as atividades da Braskem em Maceió não seguiram padrões de segurança estabelecidos. Há suspeitas de apresentação de dados falsos e omissão de informações aos órgãos de fiscalização, possibilitando a continuidade das atividades mesmo quando as minas já demonstravam problemas de estabilidade.

Os suspeitos podem enfrentar acusações como poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos e omissão. Entre os alvos das buscas estão diretores, gerentes de produção e responsáveis técnicos da Braskem, bem como empresas de consultoria que prestavam serviços à companhia.

O rompimento de uma das minas no início do mês levou a preocupações com a salinização da Lagoa do Mundaú, mas análises indicam que não houve alteração significativa na qualidade da água. A tragédia impactou a economia local, afetando a vida de pescadores e marisqueiros.

A situação problemática em Maceió, relacionada à exploração de sal-gema, começou a surgir em 2018, quando rachaduras e tremores afetaram bairros inteiros. A Braskem anunciou o fechamento das minas em 2019, mas desde então, mais de 14 mil imóveis foram desocupados, transformando áreas antes habitadas em bairros fantasmas. A empresa enfrenta ações judiciais e protestos dos moradores afetados. A CPI no Senado sobre o afundamento do solo está programada para começar em fevereiro de 2024.

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