As medidas do governo federal para baratear os valores de carros no Brasil devem ser anunciadas até a próxima segunda-feira (5). Pelo menos é esta a expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva validou, hoje (1º), o programa de incentivo à compra de carros populares no país.
O programa, que deve ser lançado via Medida Provisória (MP), ainda precisa ter o aval da Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para ser encaminhado à Casa Civil, o que deve ocorrer nesta sexta-feira (2). Segundo Haddad, o programa durará “em torno de quatro meses” e a redução temporária de impostos não trará impacto para os cofres públicos porque a fonte de financiamento está definida.
“Nós fechamos um entendimento. Ficou um desenho bom para o MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], bom para a Fazenda. Os dois ministérios estão muito bem contemplados”, disse Haddad ao retornar do Planalto. De acordo com ele, o pacote vigorará até que os juros comecem a cair no Brasil.
Reunião com indústria automobilística
Na última sexta-feira, 26 de maio, o presidente Lula, o ministro da Fazenda Haddad e o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, vice-presidente Geraldo Alckmin estiveram reunidos com empresários do setor automobilístico, na tentativa de entrar em acordo para a redução de valores dos carros populares, sem afetar a indústria automobilística. No mesmo dia, Fernando Haddad, adiantou que o plano do governo de reduzir os preços de carros populares não é de longo prazo, sendo um tópico com duração limitada de alguns meses, ainda em discussão.
"Com o Presidente @LulaOficial e @geraldoalckmin recebendo trabalhadores e empresários da indústria automobilística. Gerar empregos, desenvolver a indústria nacional e fazer com que o poder de compra do trabalhador volte a crescer", registrou o ministro, em suas redes sociais.
A principal preocupação do Ministério da Fazenda está relacionada ao impacto que essa medida poderia ter na arrecadação federal. De acordo com estimativas do mercado, esse impacto poderia chegar a R$ 8 bilhões nos cofres públicos, no entanto, o ministro Haddad já havia afirmado na semana passada que não deve ultrapassar um quarto desse valor, ou seja, cerca de R$ 2 bilhões.
Nesta quinta (1), ele reforçou que o impacto final da renúncia de impostos será inferior aos R$ 2 bilhões inicialmente anunciados e será integralmente compensado. “O impacto não só não chega aos R$ 2 bilhões como está mais compensado pelas medidas que levei ao presidente da República”, declarou.
Desde que o governo federal anunciou a análise de proposta para baratear carros novos, houve redução de venda de veículos no país. Em maio, a média diária de vendas de carros novos caiu quase 14% em relação a abril. Vale destacar que a medida deve reduzir os preços dos veículos entre 1,5% e 10,96%, contudo, apenas em modelos que custem até R$ 120 mil.