Caso Marielle: As pontas soltas e os próximos passos da PF após delação

Quem foi o mandante? Qual foi a motivação por trás dos assassinatos? Essas questões ainda assolam a investigação

Élpis desvenda conexões e novos suspeitos | Reprodução/Internet
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Nesta segunda-feira (24), a Operação Élpis teve um avanço significativo no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel e ex-bombeiro, foi preso sob a acusação de envolvimento no monitoramento da vítima e de fornecer apoio logístico aos executores.

A investigação já havia levado à prisão preventiva de dois ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, em março de 2019, aguardando julgamento. Élcio, por meio de uma delação premiada, trouxe à tona novos detalhes sobre o crime, revelando a participação de outras pessoas no planejamento e execução.

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No entanto, mesmo após mais de cinco anos do crime, questões fundamentais permanecem sem resposta: quem foi o mandante e qual foi a motivação por trás dos assassinatos. Essas questões agora se tornam o foco principal das investigações, que buscam usar as novas informações para ampliar o escopo da apuração.

“Não há crime perfeito”

O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, em coletiva de imprensa, destacou a importância da delação de Élcio, afirmando que a participação de outros indivíduos ainda não revelados é indiscutível. Ele ressaltou que não há crime perfeito e que novidades ainda surgirão nas próximas semanas. Dino também confirmou as ligações dos assassinatos com a milícia e o crime organizado.

O ministro indicou a possibilidade de futuras operações policiais com base nas informações fornecidas por Élcio, que esclareceram a dinâmica do crime. A expectativa é que novas linhas de investigação sejam abertas, buscando entender os interesses por trás do homicídio de Marielle, uma questão há muito tempo cobrada por sua família.

No entanto, um dos desafios nas investigações é a ausência do sargento reformado Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, cujo papel na trama é essencial, mas que foi assassinado em novembro de 2021. Segundo Élcio, Macalé foi o elo entre os mandantes e os executores do crime.

Mandantes não identificados

Apesar dos avanços com a delação, as identidades dos mandantes ainda não foram diretamente reveladas. Élcio detalhou a participação de Macalé no caso, revelando que ele foi responsável por conectar os executores aos mandantes. A partir desse ponto, os acusados começaram a monitorar a vereadora Marielle, enquanto Suel, o ex-bombeiro, auxiliava no planejamento e fornecia suporte logístico para encobrir os executores.

Élcio admitiu dirigir o veículo usado no crime, enquanto Ronnie Lessa atirava com uma submetralhadora, resultando na morte de Marielle, Anderson e ferindo a assessora Fernanda Chaves, a única sobrevivente do ataque.

A operação também resultou na prisão de mais seis pessoas relacionadas ao caso, incluindo o irmão de Ronnie Lessa, Denis Lessa, Edison Barbosa dos Santos (Orelha), João Paulo Vianna dos Santos Soares (Gato do Mato) e Alessandra da Silva Farizote, suspeitos de envolvimento no desmanche do veículo utilizado. Além disso, os policiais Maurício da Conceição dos Santos Junior (Mauricinho) e Jomar Duarte Bittencourt Junior (Jomarzinho) são acusados de vazar informações a Lessa sobre uma operação policial que o prenderia.

Esperança

A esperança de esclarecer completamente o Caso Marielle permanece, e a investigação está empenhada em descobrir os mandantes por trás desses crimes que abalaram a democracia e a sociedade brasileira. A operação, batizada de "Élpis", nome inspirado na deusa grega da esperança, representa um esforço contínuo para trazer justiça a esse caso e trazer um fim à impunidade.

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