Na sexta-feira, 11 de maio, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota à imprensa, refutando qualquer envolvimento dele em apropriação ou desvio de bens públicos. A declaração foi divulgada pouco após relatos da mídia sobre uma possível requisição da Polícia Federal (PF) à Justiça para a quebra de sigilo bancário e telefônico do ex-presidente.
A declaração da defesa foi motivada pela deflagração da Operação Lucas 12:2, que investiga a suposta atuação de uma organização criminosa voltada ao desvio e venda de presentes recebidos por autoridades estrangeiras durante a gestão de Bolsonaro. Os advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser destacaram que o ex-presidente já havia solicitado ao Tribunal de Contas da União (TCU) o depósito dos presentes recebidos.
Em suas palavras: "Sobre os eventos divulgados hoje na mídia nacional, a defesa do [ex] presidente Jair Bolsonaro, de forma voluntária e sem solicitação prévia, apresentou petição ao TCU no meio de março, requerendo o depósito dos itens na referida Corte até a decisão final sobre sua destinação, o que de fato foi concretizado. O [ex] presidente Bolsonaro reafirma que jamais se apropriou ou desviou quaisquer ativos públicos, disponibilizando sua atividade bancária ao Poder Judiciário."
A investigação trouxe à tona várias provas, incluindo um áudio obtido pela Polícia Federal (PF), que contém uma conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, onde há menção ao valor de US$ 25 mil "possivelmente relacionados" ao ex-presidente.
De acordo com as normas do TCU, presentes recebidos de governos estrangeiros deveriam ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), setor da Presidência da República responsável pela conservação dos presentes, que não deveriam ser mantidos no acervo pessoal de Bolsonaro e tampouco deixar de ser catalogados.