Em 7 pontos, entenda a polêmica das pedras preciosas e Rolex de Bolsonaro

A CPI revelou que o ex-presidente teria sido agraciado com presentes de luxo, por intermédio de seu ex-ajudante de ordens

Novas descobertas | Dida Sampaio
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Novas informações inspiradas durante os trabalhos da CPI de 8 de janeiro, aspiraram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido agraciado com presentes de pedras preciosas. Os parlamentares da comissão tiveram acesso a trocas de e-mails que indicam que o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, teria tentado vender um relógio Rolex que foi dado ao ex-presidente em uma viagem à Arábia Saudita, o que levou o caso a ser investigado pela Polícia Federal (PF).

Bolsonaro usou suas redes sociais para compartilhar uma notícia sobre o assunto, enfatizando que a imprensa entrevistou um advogado de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, que afirmou ter sido o doador das pedras. No entanto, o ex-presidente não mencionou o nome da deputada da comissão que o acusou de calúnia.

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Entenda o que se sabe até o momento:

Descobertas da CPI

Os parlamentares tiveram acesso a e-mails entre funcionários da ajudância de ordens da Presidência, sugerindo que Bolsonaro teria recebido um envelope e uma caixa contendo pedras preciosas em outubro de 2022, destinado à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL). Nas mensagens, o ex-assessor Cleiton Henrique Holzschuk menciona que Cid solicitou que as pedras não fossem registradas e que fossem entregues diretamente a ele.

Identidade do doador

O advogado Josino Correia Junior, morador de Teófilo Otoni, afirmou que foi ele quem apresentou Bolsonaro. Segundo o advogado, o conjunto de pedras semipreciosas consiste em topázios azuis, citrinos (pedras amarelas) e prasiolitas (verdes), acomodadas em um utensílio. As quatro pedras de cada tipo custam R$ 400.

Valores das pedras

Comerciantes de Teófilo Otoni informaram que o quilate do topázio azul varia entre US$ 7 (aproximadamente R$ 35 na cotação atual) e US$ 15 (cerca de R$ 73), dependendo do tom de azul da pedra. O quilo do citrino é negociado na cidade por valores entre R$ 20 e R$ 30, enquanto o da prasiolita varia de R$ 10 a R$ 30. Uma pedra do tamanho de uma moeda de R$ 0,10 custaria em torno de R$ 200.

Ação da CPI

Os parlamentares solicitam à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação sobre a origem e o paradeiro das pedras. Eles questionam se Bolsonaro cometeu o crime de peculato, uma vez que não há registro das pedras na lista oficial de 1.055 itens recebidos pelo ex-presidente durante seu mandato.

Investigação sobre Mauro Cid

Documentos revelados indicam que Cid tentou vender um relógio da marca Rolex recebido por Bolsonaro durante uma viagem à Arábia Saudita em 30 de outubro de 2019. O relatório da CPI aponta que Cid trocou mensagens com Maria Farani, ex-assessora do Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro. A PF abriu uma investigação sobre o caso.

Situação do ex-ajudante de ordens

Cid é alvo de investigação no STF e em outras instâncias, incluindo o caso das joias enviadas ao ex-presidente por autoridades sauditas. Ele está preso desde maio por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Um relatório do Coaf movimentou movimentações atípicas em sua conta e projeções de lavagem de dinheiro em remessas de R$ 367 mil aos EUA.

As joias sauditas recebidas por Bolsonaro

Em abril, o ex-mandatário e Cid prestaram depoimento sobre as joias recebidas de autoridades sauditas. Bolsonaro aceitou que os itens eram presentes para sua esposa, Michelle, e tentou reavê-las, mas os objetos haviam sido registrados, negando irregularidades. O TCU determinou que as joias fossem entregues à Caixa Econômica Federal para serem guardadas até o termo das negociações.

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