O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), conhecido como filho “01”, expressou preocupações em relação à condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro réu nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Ele considera que essa condenação pode pavimentar o caminho para uma possível punição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quinta-feira (15), Aécio Lúcio, ex-técnico da Sabesp, foi condenado a 17 anos de prisão por uma série de crimes, incluindo dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.
Flávio alegou que os ministros do STF estão tentando sustentar a ideia de que existe um mentor intelectual por trás dos acontecimentos de 8 de janeiro, mas que não há evidências que comprovem isso. Ele mencionou o acordo de delação premiada feito pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid com a Polícia Federal (PF) como um exemplo dessa abordagem.
Vale destacar que Aécio Lúcio estava de férias na época da invasão do Congresso Nacional em janeiro e foi demitido da Sabesp devido à sua exposição nas redes sociais, em que usou uma camiseta com a inscrição "intervenção militar já" e postou um vídeo sentado na Mesa Diretora do Senado.
No julgamento, o relator da ação penal, Alexandre de Moraes, propôs uma pena de 17 anos para cinco crimes, incluindo a tentativa de golpe de estado. A maioria dos ministros concordou com essa sentença.
Indicados de Bolsonaro
Os ministros nomeados por Bolsonaro, André Mendonça e Kassio Nunes Marques, discordaram da condenação por tentativa de golpe de estado e sugeriram penas mais brandas.
O filho “01” argumentou que a condenação por tentativa de golpe de estado e a pena significativa atribuída ao invasor radical refletem uma estratégia de Moraes para estabelecer a ideia de que houve uma tentativa de golpe, insinuando que seu pai seria o responsável hierárquico.
No entanto, Flávio afirmou que não há nenhuma conexão entre seu pai e os eventos de 8 de janeiro, uma vez que Jair Bolsonaro estava no exterior na data dos incidentes e só retornou ao Brasil em março.
Flávio elogiou o voto de Nunes Marques, que propôs uma pena de apenas 2 anos e seis meses em regime aberto, descrevendo-o como "mais equilibrado" e destacando a abordagem objetiva do tema.
Ele também criticou a pena de 17 anos, alegando que é mais severa do que a aplicada a estupradores, homicidas e envolvidos em corrupção, fazendo referência ao ex-presidente Lula, cuja sentença foi posteriormente reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Quando questionado sobre o amplo apoio no STF ao voto de Moraes, Flávio insinuou que o ministro está influenciando outros membros da Corte, insinuando que o ministro está promovendo uma resposta pública aos eventos de 8 de janeiro, condenando as pessoas sem uma verdadeira individualização de responsabilidades e impondo penas excessivas.
Para mais informações, acesse Meionorte.com