As investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas à operação Tempus Veritatis, desencadeada em 8 de janeiro, não se restringiram ao governo de Jair Bolsonaro (PL), avançando também sobre mensagens trocadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros investigados após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das mensagens revela o espanto do tenente-coronel diante da reação da comunidade internacional aos ataques golpistas ocorridos em Brasília.
Na noite do mesmo dia dos eventos históricos, Gabriela Cid, esposa do ex-ajudante de ordens e próximo a Bolsonaro, enviou prints por WhatsApp de líderes de diversos países condenando os ataques e expressando apoio a Lula, o presidente eleito e empossado nas redes. Mauro Cid, ao comentar sobre as reações internacionais, usou a expressão "imagina se ele tivesse assinado," indicando, segundo investigadores, referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a representação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorização da operação, essa mensagem confirma que "o grupo investigado efetivamente elaborou um documento para executar um golpe de Estado no Brasil, ainda na gestão Bolsonaro". O documento mencionado seria uma minuta de decreto golpista elaborada no Palácio da Alvorada.
Prisão de Moraes
A PF aponta que os golpistas planejavam prender o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e anular o resultado das eleições que concederam a Lula seu terceiro mandato. O tom da resposta de Cid sugere que o núcleo do golpe no governo Bolsonaro pode ter subestimado as consequências de uma eventual ruptura democrática no Brasil na comunidade internacional.
Líderes internacionais como Emmanuel Macron, Alberto Fernández, Gustavo Petro, Joe Biden, Olaf Scholz, Rishi Sunak, António Guterres e a União Europeia se manifestaram em defesa da transição de poder e da legitimidade do governo Lula, rechaçando a intentona golpista bolsonarista.
As investigações continuam, e questões sobre o papel das Forças Armadas no golpismo ainda aguardam respostas, especialmente diante da quantidade de militares envolvidos no núcleo golpista de Bolsonaro e das ações durante a tensa noite de 8 de janeiro.
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