Indicado de Lula colhe maioria do Senado e tem sabatina com data marcada

Zanin tem opoio tanto da base governista como também de partidos de oposição

Senado não levanta obstáculos para a aprovação de Zanin ao Supremo | Ricardo Stuckert
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Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o advogado Cristiano Zanin já colhe uma ampla quantidade de apoio parlamentar para sua integração ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 81 senadores em exercício, 41 afirmaram ser favoráveis à ocupação pelo advogado em uma das cadeiras jurídicas, número esse que já é suficiente para a aprovação da indicação de Lula.

Zanin será sabatinado pelos senadores na próxima quarta-feira (21/06), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A plenária de votação deve ocorrer no mesmo dia, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O voto é secreto, e o advogado precisa de maioria para se juntar aos outros ministros do Supremo.

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31 senadores preferiram não expor se são a favor ou contra a indicação do Planalto, e oito garantiram ser contrários.

A maioria dos parlamentares que se mostraram favoráveis foi constituída com apoio unânime da bancada do PT (oito votos), e de outros partidos do ‘Centrão’ que dão suporte político ao governo - como o MDB (nove votos) e PSD (11 votos). Na linha opositora, Carlos Portinho (PL-SP), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Plínio Valério (PSDB-AM), e mais dois parlamentares do PP, incluindo o ex-ministro Ciro Nogueira (PI), declararam apoio a Cristiano Zanin. Além deles, o indicado do Executivo também colheu votos favoráveis do PSB (três votos), União Brasil (dois votos) e Rede Sustentabilidade (um voto).

Com os andaimes e articulações ao longo da semana, alguns senadores começaram a rever seu posicionamento opositor ao nome; dentre eles, a bolsonarista e ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF). No PL, partido hospedeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro, cada um dos 12 senadores eleitos teve a permissão de votar de acordo com sua vontade, sem necessariamente obedecer a ideologia, que é contrária a todas as propostas e indicações oriundas da esquerda.

Nas conversas com legendas devotas dos valores direitistas, Zanin chegou a tratar sobre assuntos polêmicos e que divide opiniões partidárias, como o marco temporal das terras indígenas. Na Corte, o advogado participará do julgamento acerca da questão, uma vez que seu antecessor, Ricardo Lewandowski, absteve-se de votar.

Na avaliação geral dos senadores, Zanin se saiu bem nas conversas e demonstrou ser "humilde" e aberto ao diálogo.

Nesta quinta-feira (15), o responsável pela relatoria da indicação, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), leu na CCJ seu parecer. O texto apresenta o currículo do advogado, faz menções elogiosas à experiência adquirida e não levanta obstáculos para a aprovação do nome.

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